Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-357

TÍTULO: LINFOMA NÃO-HODGKIN NASOSSINUSAL

AUTOR(ES): HENRIQUE QUEIROZ CORREA GARCHET , VANESSA RIBEIRO ORLANDO, BRUNO DE CASTRO, TIAGO FRAGA VIEIRA, FERNANDA FILGUEIRAS MACIEL, ANTÔNIO LEONARDO PINTO COELHO, NICODEMOS JOSÉ ALVES DE SOUSA

INSTITUIÇÃO: CLINICA DE OTORRINOLARINGOLOGIA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE

INTRODUÇÃO: Linfomas do trato nasossinusal ou granulomas letais de linha média, são neoplasias incomuns, responsáveis por grandes lesões destrutivas em região nasal e terço médio da face. Linfomas Não Hodgking (LNH) correspondem a 1,5% de todos os tumores detectados no organismo. Cerca de 20-30% destes são extra-nodais e, apenas 0,44% deles está localizado em trato nasossinusal. Nesta topografia apresenta-se, geralmente, como obstrução nasal e principal diagnóstico diferencial são as granulomatoses nasais.

O diagnóstico, pela inespecificidade dos sintomas, é, com freqüência, tardio. Já o prognóstico, é reservado e ainda não há consenso sobre a melhor forma de tratamento.

OBJETIVO: relato de caso típico de LNH  nasosinusal

METODOLOGIA: Revisão de prontuário clinico e artigos científicos

RELATO DE CASO: VCS, sexo masculino, atendido em Pronto Socorro com epistaxe ativa à esquerda e história de sinusite, cefaléias muito intensas e epistaxes recorrentes há 3 anos. Ao exame, foi notada massa friável e secreção em fossa nasal esquerda. Procedida, então, TC de seios da face que mostrou velamento de fossa nasal esquerda e todos os seios bilateralmente, além de calcificação em seio maxilar esquerdo.

Encaminhado à Santa Casa, foi submetido a cirurgia endoscópica nasal com éxerese da lesão e exame Anátomo-patológico que sugeriu a  possibilidade de linfoma de aspecto angiocêntrico. Nova biópsia com estudo Imunohistoquímico revelou Linfoma T CD3+ de alto grau. Iniciados radio e quimioterapia.

V.C.S. evoluiu com redução da acuidade visual e auditiva, fraqueza progressiva em membros inferiores, paraparesia e paralisia facial contralateral, além de  redução da sensibilidade em mmii e abdome e  perda de controle esfincteriano (anal + vesical). Apresentava citologia liquórica negativa, TC de coluna lombar sem alterações e RNM DE COLUNA TORÁCICA E LOMBOSSACRA com exuberante espessamento e impregnação das raízes da cauda eqüina e leptomeninges da coluna torácica baixa, sugestivo de infiltração neoplásica.

Efetuados ciclos de quimioterapia intratecal e Radioterapia local no SNC (cauda eqüina e neuroeixo), entretanto houve degeneração do estado geral com anemia, plaquetopenia, insuficiência hepática e óbito após 8 meses do diagnóstico.

CONCLUSÃO: O linfoma nasossinusal é uma neoplasia rara e agressiva, que pode se apresentar, inicialmente como sinais e sintomas de rinossinusite aguda. Deve-se suspeitar deste diagnóstico diante de um caso que apresenta sintomas atípicos como cefaléia excruciante e epistaxe recorrente. Avaliação por métodos de imagem e biópsia são fundamentais e não devem tardar, uma vez que o atraso no diagnóstico é, certamente, um fator determinante para má evolução nesses casos.

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