Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-354

TÍTULO: LINFOMA EM PALATO MOLE: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA

AUTOR(ES): HELOISA NARDI KOERNER , MARCOS MOCELLIN, LUIS FRANCISCO DUDA, ANNA CRISTINA SILVESTRI, MÁRCIA CIBELE HAAG,

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR

INTRODUÇÃO: Dos tumores da cabeça e pescoço, os linfomas representam 5%, predominando os não-Hodgkin. As linhagens de células B e T/NK possuem diferentes comportamento biológico, sítios de ação e apresentação clínica, sendo o diagnóstico histopatológico de extrema importância. O espectro de manifestações desses tumores é bastante amplo, podendo haver acometimento nodal e extranodal. Várias regiões podem ser comprometidas, como órbitas, anel de Waldeyer, fossa nasal e seios paranasais, entre outras. Tumores em fase inicial causam sintomas que simulam rinossinusites crônica. Há uma reconhecida ligação entre os pacientes com LNH de células T/NK e infecção pelo Eptein-Barr vírus. Possui tendência em remodelar as estruturas ósseas, podendo causar erosão. Portanto, o estágio da lesão na época do diagnóstico é fundamental na definição da sua evolução.

OBJETIVO: Descrever um caso de Linfoma NK/T em palato mole, com revisão da literatura.

RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 41 anos, encaminhada para avaliação de lesão ulcerativa em palato mole, com 5 meses de evolução.Queixas de odinofagia, disfagia e emagrecimento progressivo. Encaminhada ao serviço em tratamento com esquema RIP há uma semana. Ao exame apresentava-se com adenopatia dolorosa em cervical posterior esquerda, lesão úlcero-exsudativa em todo o palato mole e ausência de úvula. Erosão parcial de amígdala direita e exsudato purulento em parede posterior de orofaringe.  A nasofibroscopia mostrou ausência de lesões em fossas nasais, exsudato em paredes anterior e posterior de cavum com extensão para orofaringe e tubas auditivas. TC de seios da face apresentou massa com efeito expansivo na mucosa do espaço parafaríngeo à esquerda e extensão para palato mole.  A biópsia revelou achados de tecido glandular mucossecretor com septação fibrinóide. Processo linfoproliferativo atípico, extensamente ulcerado, imunohistoquímica indicou linfoma T periférico. Possibilidade de linfoma extranodal de células T/NK. Houve Interrupção do esquema RIP por hepatite medicamentosa. Sendo submetida a tratamento quimioterápico com esquema CHOP e está no aguardo dos resultados de exames complementares.

CONCLUSÃO: As características clínicas e localização peculiares deste linfoma têm grande relevância na conclusão do diagnóstico final. Devendo considerar este diagnóstico em todos os casos de linfoma agressivo extranodal. Portanto, a chave para o diagnóstico é a biópsia, demonstração de marcadores celulares NK/T e a identificação do vírus Epstein-Barr. A tomografia permanece indispensável à adequada avaliação das lesões, bem como no planejamento cirúrgico ou do tratamento por radioterapia isolada nos casos de doença localizada, porém o tratamento padrão ouro é a poliquimioterapia. A cirurgia normalmente é usada para o estabelecimento do diagnóstico.

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