Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-353

TÍTULO: LINFOMA DE CÉLULAS T NASAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): HÉLDER IKUO SHIBASAKI , FELIPE DE GARCIA MAURO, MARCELA SUMAN, ADRIANO GUIRADO DIAS, ANA GABRIELA GONÇALVES TORISAN, JOÃO ARMANDO PADOVANI JÚNIOR, JOSÉ VICTOR MANIGLIA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - DEPTO DE ORL-CCP

INTRODUÇÃO: Linfomas do trato nasossinusal são neoplasias raras que causam lesões destrutivas importantes em terço médio da face.  Apresentamos um caso de linfoma não-Hodgkin (LNH) de células T acometendo região nasal.

APRESENTAÇÃO DO CASO: MCF, mulher, 85 anos, com queixa de obstrução nasal à esquerda há 5 meses, hiposmia e abaulamento em região de asa nasal esquerda, além de episódios intermitentes de febre. Refere uso prévio de corticóide nasal e ampicilina, sem melhora do quadro. Exame físico: abaulamento em região de asa nasal esquerda e ponta nasal, com hiperemia e enduração local. Nasofibroscopia: abaulamento de parede nasal lateral esquerda com rechaçamento de septo nasal para direita. Aventou-se a hipótese de vestibulite nasal. Foi iniciada antibioticoterapia com ceftriaxona e clindamicina. Após 12 dias de tratamento sem melhora do quadro e já com área de sofrimento de pele no local, optou-se por biópsia e análise imuno-histopatológica da lesão evidenciando-se LNH de células T, difuso, de alto grau, infiltrando mucosa e parede nasal. Iniciado, então, quimioterapia, com regressão importante da lesão.

DISCUSSÃO: Dentre os fenótipos celulares dos LNH há o predomínio da linhagem T em asiáticos e em ameríndios, enquanto no ocidente, a maior parte pertence à linhagem B. Os tumores de linhagem B apresentam poucos sinais flogísticos raramente evoluindo com ulceração, tendo geralmente localização subepitelial. Já os linfomas de células T e NK, que apresentam comportamento clínico e histológico semelhantes, cursam com vasculite, angiocentrismo e presença de grande quantidade de células inflamatórias, em detrimento de poucas células tumorais linfóides, o que dificulta o diagnóstico histopatológico. Há uma preferência dos tumores de linhagem de células T pela fossa nasal e os de células B por seios paranasais. A faixa etária mais acometida por linfomas é a dos 50 anos ou, no caso do tumor NK, um pouco mais jovens, com nossa paciente indicando, com 85 anos, uma variabilidade etária maior. Os sintomas mais comuns são obstrução nasal, rinorréia, edema de face e erosão de palato, podendo, no entanto, apresentar variações, como no caso apresentado, em que se observou também hiposmia.

CONCLUSÃO: Linfomas não-Hodgkin, são responsáveis por destruição importante do nariz e terço médio da face e, apesar de sua baixa incidência, devem sempre estar entre os diagnósticos diferenciais de lesões nasais, sendo o exame histopatológico de extrema importância, favorecendo um diagnóstico mais precoce e possibilitando uma abordagem terapêutica em estágios mais iniciais da doença.

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