Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-352

TÍTULO: LINFOMA DE BURKITT EM PARÓTIDA

AUTOR(ES): CAMILA DE OLIVEIRA MACHADO , DANIELLE RAMOS VIDEIRA, CARLOS ALBERTO MAURÍCIO JÚNIOR, ANA CAROLINA DE SOUZA MOREIRA, FERNANDO DE FREITAS VILELA, GUSTAVO SUBTIL MAGALHÃES FREIRE

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

INTRODUÇÃO: A síndrome linfocítica infitrativa difusa (DILS) é uma manifestação da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) caracterizada por infiltração visceral difusa CD8, aumento bilateral da parótida e

linfonodomegalia cervical. Cerca de 40 por cento dos pacientes HIV-positivos têm sintomas relacionados a  cabeça

e pescoço. A história da paciente com abaulamento da glândula parótida há dois meses de duração e linfonodomegalia generalizada associada apontou para um presumível diagnóstico de HIV associada a DILS.

RELATO DE CASO: Paciente feminina, 34 anos, solteira, deu entrada na emergência de Otorrinolaringologia do Hospital de Base do Distrito Federal com história de há 02 meses tumoração em região parotídea direita de crescimento progressivo e indolor. Antecedentes pessoais vida sexual ativa com mais de 10 parceiros/ ano sem uso de preservativo. Ao exame otorrinolaringológico: cavidade oral aparentemente normal, fluxo salivar claro pelo ducto de Stenson após ordenha de glândula parótida. Presença de tumoração em região parotídea direita de 6 cm de diâmetro, indolor, sem sinais flogísticos associados. Ao exame geral foi encontrado linfonodomegalias cervicais, inguinais e axilares. Ecografia de parótida: volumosa massa na toppografia de parótida direita e região cervical. Tomografia computadorizada cervical: lesão expansiva com epicentro em espaço parotídeo direito com limites mal definidos e realce heterogêneo.

Adenomegalias cervicais. Foi realizado PAAF de parótida sugetivo de tecido linfóide. Sorologia para HIV reagente confirmada por western blott.

A paciente foi encaminhada para tratamento quimioterápico porém evolui a óbito antes de iniciar tratamento.

RESULTADOS: biópsia de linfonodo cervical com doença linfoproliferativa em região cervical e achados morfológicos e imunohistoquímicos compatíveis com linfoma de Burkitt.

DISCUSSÃO: O abaulamento da parótida origina-se pela hiperplasia de linfócitos intraglandular de linfócitos. A história crônica de abaulamento parotídeo indolor associada a linfonomegalia generalizada aventou o diagnóstico

de síndrome da linfocitose infiltrativa difusa. O prognóstico dos pacientes com HIV e DILS parece ser melhor do que dos pacientes infectados com HIV sem a síndrome. Entretanto, linfoma de células B de glândula salivar é uma complicação comum da DILS. A doença é rapidamente fatal, com morte geralmente ocorrendo de quatro a seis meses após o diagnóstico, se não for tratada. O prognóstico do paciente está diretamente relacionado ao tempo decorrido desde o primeiro sinal clínico até o início do tratamento.

CONCLUSÃO:

A síndrome da linfocitose infiltrativa difusa é uma manifestação da AIDS que pode se apresentar como tumoração da glândula parótida. Deve-se observar a transformação de DILS em Linfoma de células B como manifestação inicial de um paciente com infecção pelo HIV. O linfoma de Burkitt pode ser o primeiro indicativo de infecções por HIV.

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