Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-351

TÍTULO: LINFOMA DE BURKITT – IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE

AUTOR(ES): ANA LUIZA BITTENCOURT TEIXEIRA , LUCIANA VELASCO RUFATO, THIAGO FERREIRA BORGES, CAMILA PAZIAN FELICIANO, VALESCA RICCIOPPO, GABRIELLA SANTOS DAHER, MARCELO MIGUEL HUEB

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

INTRODUÇÃO: Os linfomas não-Hodgkin representam o terceiro tipo de câncer mais comum na infância. O linfoma de Burkitt é o subtipo de linfoma não-Hodkin mais frequente nesta faixa etária e tem predominância pelo gênero masculino. Este tipo de tumor é altamente agressivo e exibe o maior índice de proliferação celular entre as neoplasias humanas, geralmente evoluindo com extrema rapidez e gravidade. O tratamento geralmente consiste em quimioterapia e deve ser iniciado o mais brevemente possível.

OBJETIVO: Relatar um caso de Linfoma de Burkitt enfatizando as características clínicas, radiográficas e histopatológicas exibidas por essa lesão, auxiliando no diagnóstico e tratamento precoces desta doença.

RELATO DO CASO: Criança de 4 anos e 6 meses, sexo masculino, previamente assintomática, apresentou-se inicialmente com história de astenia, coriza hialina, tosse seca, cefaléia frontal com 2 semanas de evolução. Institui-se terapia medicamentosa por diagnóstico de sinusopatia feito por facultativo, tendo evoluído com piora da cefaléia, tontura, dificuldade de deambulação, disfagia, midríase bilateral, ptose palpebral à esquerda, diminuição da acuidade visual bilateral e paralisia facial periférica à esquerda. Ao momento do exame em nosso serviço encontrava-se em mau estado geral, com severa obstrução nasal, edema de mucosa e secreção mucopurulenta bilateral, porém sem sinais meníngeos. Apresentou adenopatia inflamatória difusa. À CT e à RNM evidenciou-se massa com densidade de partes moles, limites imprecisos, envolvendo seios paranasais, seio cavernoso bilateralmente, se estendendo para fossa média direita, deslocando o lobo temporal ipsilateral. A lesão determinou também obliteração do forame orbitário inferior, envolvendo o corpo do esfenóide, clivus e músculo pterigóide, associado a erosões do osso temporal adjacente. Foi realizada biópsia sob visão endoscópica e anestesia geral, através de incisão à esquerda em abaulamento septal posterior bilateral, expondo ampla lesão. Foi observada preservação do septo ósseo e invasão parcial do periósteo. Ao exame histopatológico evidenciou-se neoplasia com padrão em “céu estrelado” sugestivo de linfoma não-Hodgkin de pequenas células, sendo o diagnóstico de linfoma de Burkitt confirmado através do exame imunohistoquímico. Institui-se poliquimioterapia com evolução favorável até o presente momento.

CONCLUSÃO: O linfoma de Burkitt deve ser considerado em casos de lesões faciais que apresentem crescimento rápido e sintomatologia precoce e grave, com aspecto imagenológico de limites imprecisos e com destruição óssea adjacente. O diagnóstico definitivo é obtido através do exame histopatológico sendo a terapia precoce de fundamental importância para a possível cura desta doença.

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