Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)
P-340
TÍTULO: LESÃO ORAL GRANULOMATOSA CAUSADA POR CRIPTOCOCOSE: RELATO DE CASO
AUTOR(ES): FLAVIO RAMOS BAPTISTA DA SILVA , MÁRCIA CIBELE HAAG, ANNA CRISTINA SILVESTRI, FERNANDA DE FRANÇA SCOVINO
INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DA AERONÁUTICA DO CINDACTA II CURITIBA / PR.
INTRODUÇÃO: A Criptococose é uma doença infecciosa originada por fungo sendo o mais comum o agente etiológico Criptococcus neoformans. Infecta o homem através do oportunismo e apresenta alta morbimortalidade. A transmissão direta entre animais e o homem não foi comprovada, mas ocorre geralmente pela inalação dos esporos. A apresentação do quadro clínico está ligada à imunidade do hospedeiro.
OBJETIVO: Descrever um caso de lesão oral granulomatosa causada por criptococo em uma paciente imunocompetente, com revisão de literatura.
METODOLOGIA: Paciente do sexo feminino, 68 anos, apresentou-se com queixa de lesão de mucosa oral em palato há cerca de 2 meses, associada a desconforto tátil local. Tabagista de longa data (20 cig./dia) e hábitos diários de alimentar pombos e cultivar plantas. Ao exame físico, observou-se edema granulomatoso com bordos e superfícies irregulares limitada a região dos palatos mole e duro, cujo diâmetro maior variava em torno de 2 cm. A biópsia demonstrou inflamação crônica do tipo granulomatosa com células gigantes multinucleadas associada à infecção fúngica compatível com criptococcose. Foi submetida à investigação clínica adicional simplificada para localização sistêmica de criptococos a qual foi negativa. Realizado tratamento com fluconazol por 9 semanas com redução total da lesão. Permaneceu em acompanhamento ambulatorial periódico, recendo alta após 6 meses sem alterações clínicas.
RESULTADOS: A transmissão da criptococose ocorre geralmente pela inalação dos esporos levando a infecção primária do sistema respiratório, mais frequentemente na cavidade nasal do que nos pulmões. Pode disseminar-se por via hematogênica ou linfática estando intimamente relacionada à imunidade do hospedeiro. O diagnóstico se apóia na história clínica, características radiográficas, histológicas e exclusão de outras doenças. Baseia-se na identificação do agente por citologia, cultura ou histopatológico. Em relação ao tratamento a Anfotericina B e o Fluconazol são consideradas drogas de escolha, sendo necessário o acompanhamento clínico no intuito de detectar recidivas precocemente.
CONCLUSÃO: A criptococose é uma doença rara potencialmente fatal principalmente para os imunocomprometidos. Apesar de ser uma situação incomum para os imunocompetentes deve ser cogitada em pacientes com exposição aos fatores de risco. Ressalta-se a importância do diagnóstico precoce e investigação de manifestações sistêmicas. Complementam-se com ações focadas na prevenção e controle dos portadores, especialmente as aves sinantrópicas.