Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-339

TÍTULO: LESÂO CONGÊNITA DA FACE – PERSISTÊNCIA DO DIVERTÍCULO NASAL EMBRIOLÓGICO (ANOMALIA DO NEUROPORO ANTERIOR)

AUTOR(ES): CLÁUDIA SCHWEIGER , ANDRÉ TOMAZI BRIDI, GABRIEL KUHL

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

RELATO DE CASO: H.O.L, 2 anos, masculino, branco, natural e procedente do interior do Rio Grande do Sul, vem à consulta através de encaminhamento da equipe da Oftalmologia com queixa de abaulamento em dorso nasal. Aos 3 meses, o paciente apresentou episódio de abaulamento em dorso nasal com resolução espontânea após um mês. Aos 6 meses apresentou saída de líquido claro em orifício puntiforme do dorso nasal, também com resolução espontânea. Após, apresentou novos episódios de abaulamento no dorso nasal, a maioria com resolução espontânea e outro com a necessidade de utilizição de antibiótico endovenoso pela equipe da Pediatria. Permaneceu sem investigação complementar até os 2 anos de idade, quando foi encaminhado à Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Ao exame, a criança, apresentava abaulamento em dorso nasal, associado a 2 pequenos orifícios puntiformes, sem drenagem de secreção no momento. Solicitada avaliação complementar com TC e RNM de crânio e face. À RNM, identificou-se trajeto fistuloso contendo material com intensidade de líquor entre a fossa anterior do crânio e o ápice do dorso nasal, estendendo-se do forame cego até a superfície dérmica. O forame cego encontrava-se mais proeminente do que o habitual, medindo cerca de 6 mm. Os achados foram compatíveis com persistência do divertículo nasal embriológico (anomalia do neuroporo anterior) com consequente fístula liquórica. O caso foi analisado em conjunto com a equipe de Neurocirurgia do Hospital de Clinicas e optou-se pela correção do defeito embriológico e consequente fechamento da fístula liquórica com retalho de gálea, através de um acesso do tipo bicoronal. DISCUSSÃO: As lesões congênitas do nariz são raras e apresentam uma incidência entre 1:20.000 e 1:40.000 nascimentos. Os principais diagnósticos incluem cisto dermóide nasal, glioma, encefalocele e fístula liquórica. O neuroporo anterior é o ponto mais distal de migração de células da crista neural. A falta de células da crista neural e o fechamento relativamente tardio do do tubo neural predispõem à formação destas patologias. O dignóstico é realizado através da história clínica e exame físico, sendo confirmado com exames de imagem. O principal exame de imagem utilizado neste casos é a ressonancia nuclerar magnética. O tratamento definitivo é através de cirurgia, sendo controversa a melhor idade para a correção do defeito assim como o melhor acesso cirúrgico, que incluem abordagem intranasal, acesso nasal externo (rinotomia lateral) e abordagem neurocirúrgica. CONCLUSÃO: As lesões congênitas nasais, apesar de raras, devem ser lembradas e investigadas com exames de imagem em pacientes com história clínica e exame físico sugestivos destas alterações.

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