Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-330

TÍTULO: LARINGECTOMIA TOTAL E RECONSTRUÇÃO COM GRAMPEADOR LINEAR NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE LARINGE – RELATO DO PRIMEIRO CASO NO ESTADO DA PARAÍBA

AUTOR(ES): ANDREA LINS TAVARES BEZERRA , KARLA FALCÃO DOS SANTOS, LÍVIA MONTEIRO LYRA, LUIZ VIEIRA GOMES SEGUNDO, ORLANDO DOMINGUES DE ARAÚJO PONTES, TIAGO NUNES DE ARAÚJO, KLÉCIUS LEITE FERNANDES

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

INTRODUÇÃO: O câncer de laringe representa aproximadamente 25% dos tumores malignos que acometem a região da cabeça e pescoço, sendo o carcinoma espinocelular  (CEC) o tipo mais comum. O uso do grampeador linear em laringectomia total diminui a contaminação do campo cirúrgico por secreções da boca e faringe, permitindo um procedimento oncologicamente adequado e com redução do tempo cirúrgico.

OBJETIVOS E METODOLOGIA: Relatar o primeiro caso de uso do grampeador em laringectomia total por carcinoma espinocelular na Paraíba. Utilizaram-se informações do prontuário médico, da equipe multidisciplinar e dos resultados dos exames complementares.

RESULTADOS: MFSF, feminino, parda, 56 anos, casada, do lar, proveniente da cidade de Patos (PB), relata disfonia há doze meses. Foi admitida no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa (PB), no dia 24 de novembro de 2009. A paciente negou hipertensão, diabetes e no interrogatório sistemático não houve nada digno de nota. Foi realizada laringoscopia, constatando paralisia hemilaríngea direita e localização de tumor de 0,8cm em região endoglótica direita. A biópsia confirmou o processo neoplásico, o tipo histológico (CEC) e estadiamento da lesão: T3N0M0. A paciente foi submetida a laringectomia total com fechamento mecânico por grampeador linear Tx 60 mm. Após esqueletização da laringe, foi introduzido, via orifício na traquéia, um gancho para pinçar e tracionar a epiglote. Foi feito esvaziamento cervical bilateral nos níveis II, III e IV e confecção de traqueostomia definitiva. Não foi evidenciado comprometimento neoplásico dos linfonodos esvaziados, nem infiltração angiolinfática. Verificou-se invasão neoplásica perineural, de pregas vocais verdadeira e falsa à direita e da cartilagem aritenóide. No pós-operatório, a nutrição se deu por SNE por 21 dias, quando foi realizado o desmame e iniciada alimentação por via oral. A paciente foi encaminhada a fonoterapia e ao serviço de radioterapia. 

CONCLUSÃO: O Câncer de laringe apresenta boa possibilidade de cura se o diagnostico é precoce.  Os benefícios do uso do grampeador são: desmame de SNE precoce, redução do tempo cirúrgico, diminuição da contaminação do campo cirúrgico, não interferência na reabilitação vocal e na realização de radioterapia. As desvantagens são: incapacidade de visualização de margens e a sua eventual remoção, em caso de recidiva, para estudo histopatológico. Assim, a laringoscopia está indicada e, caso haja ultrapassagem do tumor dos limites da endolaringe, a técnica não é utilizada. O caso em questão apresenta-se em estadio III, que requer laringectomia total em campo alargado com radioterapia complementar. É necessária reabilitação enfocada na respiração, deglutição e comunicação oral. A sobrevida do paciente após cinco anos do pós-operatório e tratamento radioterápico é 50%. Ainda há poucos estudos sobre a utilização dessa técnica, sendo este trabalho pioneiro no relato do uso desse método no estado da Paraíba (PB).

Fechar