Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-329

TÍTULO: LARINGECTOMIA SUBTOTAL SUPRA-CRICÓIDE COM CRICOHIOIDOEPIGLOTOPEXIA (CHEP)

AUTOR(ES): ANA LÍLIAN DE AGUIAR , ANA CAROLINA DE MATTOS MORAIS CAMELO, DOUGLAS HENRIQUE SANTIAGO DE OLIVEIRA, JÚLIA GUEDES CARDOSO BISNETA, ADEMAR BENEVOLO MARINHO, VÍVIAN LISBOA DE LUCENA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

INTRODUÇÃO: O câncer de laringe representa 1 a 2% dos tumores malignos no mundo. Associado ao tabagismo, etilismo, exposição profissional, agentes químicos e história familiar, geralmente acomete homens entre 50 e 60 anos. A cirurgia indicada é a laringectomia parcial, total ou subtotal³. O tratamento primário é baseado na extensão da doença, na experiência e formação médica e nas preferências geográficas¹. A laringectomia parcial supracricóide com cricohioidopexia pode proporcionar uma boa alternativa cirúrgica para as laringectomias parcial e total convencionais nos cânceres glótico e supraglótico4. A reconstrução da laringe pode ser realizada com a cricohioidopexia (CHP), com aproximação da cartilagem cricóide ao osso hióide ou com a cricohioidoepiglotopexia (CHEP). Esta abordagem permite a ressecção de tumores glóticos, associada à exérese do espaço paraglótico, quando se incluem ambas as cordas vocais e toda a cartilagem tireóide na peça operatória. A reconstrução da via aérea é feita com a elevação e fixação da cartilagem cricóide na epiglote e no osso hióide. Assim, é possível retirar a traqueostomia e manter a voz, rouca, porém perfeitamente inteligível. É possível a ressecção de uma das aritenóides para segurança oncológica em lesões glóticas mais extensas². Apesar destas cirurgias ainda serem pouco descritas na literatura quanto aos aspectos funcionais, com a fonoterapia observa-se possibilidade de adequação da deglutição com retomada da alimentação via oral e de melhora no padrão vocal³.

OBJETIVO: Relatar e discutir um caso de laringectomia subtotal supra-cricóide com CHEP devido à carcinoma epidermóide diagnosticado e tratado no setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano.

METODOLOGIA: Avaliação da história clínica e cirúrgica de paciente com diagnóstico de carcinoma epidermóide, com revisão retrospectiva de seu prontuário.

RELATO DO CASO: A.C.F., 68 anos, masculino, advogado, casado, natural e procedente de João Pessoa-PB, tabagista e alcoolista, procurou o HNL há 6 anos com queixa de rouquidão contínua havia 6 meses. Não apresentou alterações orofaciais nem cervicais. Laringoscopia com lesão vegetante e leucoplásica em prega vocal esquerda. Submetido à ressecção da lesão que comprometia os 2/3 anteriores da prega vocal esquerda e comissura anterior. Ao histopatológico, carcinoma epidermóide in situ papilífero em cordas vocais, principalmente a esquerda, medindo cerca de 1 cm com limites cirúrgicos livres, com espessamento da corda vocal direita. Foi submetido à laringectomia subtotal supra-cricóide com CHEP com preservação das aritenóides há cinco anos. Segue em acompanhamento ambulatorial, sem recidiva da lesão, e fonoaudiológico, evoluindo sem disfagia, com boa qualidade vocal.

CONCLUSÃO: Os resultados obtidos com a CHEP no caso relatado foram compatíveis com a literatura com relação à evolução funcional mostrando que esta técnica possibilita uma boa reabilitação. O paciente evolui sem recidiva da lesão e, com a fonoterapia, sem disfagia e com melhora da qualidade vocal.

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