Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-321

TÍTULO: INCIDÊNCIA DAS DOENÇAS LARÍNGEAS DA CAMPANHA NACIONAL DA VOZ EM 2 HOSPITAIS DE SÃO PAULO

AUTOR(ES): DENILSON STORCK FOMIN , CÉSAR AUGUSTO SIMÕES, CARLOS FILIPE TRINDADE, ALESSANDRA CRISTINA DOS SANTOS FORNARI, THAÍS MARIA PASTORELLI RODRIGUES, LEYLANNE FERNANDA CARNEIRO DE ROBERTIS, SANDRA MARIA PELA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO – HOSPITAL-ESCOLA WLADIMIR ARRUDA / HOSPITAL MUNICIPAL MOYSÉS DEUSTCH

Introdução: Nos últimos anos, o diagnóstico das alterações laríngeas tem sido facilitado, principalmente pelo desenvolvimento de métodos de fácil execução técnica, como a laringoscopia indireta com fibra óptica e métodos práticos de avaliação auditivo-acústica da voz. Sabe-se, portanto, que as lesões que acometem o trato vocal, principalmente as pregas vocais, são comuns e produzem em sua maioria sinais e sintomas que podem caracterizar uma disfonia. A literatura cita que mais de 50% das pessoas com queixas vocal apresentam alterações benignas da mucosa das pregas vocais. Estima-se mundialmente que a cada ano, os ambulatórios de laringologia recebam acima de 50.000 pacientes com disfonia. Além disso, o Brasil apresenta uma das maiores incidências de câncer de laringe do mundo. Estes números têm motivado a Campanha Nacional da Voz desde 1999, tornando-se um auxílio no encaminhamento de pessoas para o cuidado da voz e prevenção de doenças laríngeas. Apesar disso, existem poucos trabalhos na literatura sobre a real incidência das principais alterações laríngeas encontradas durante a execução deste programa. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi descrever a incidência de doenças laríngeas em pacientes submetidos à triagem vocal. Forma de estudo: retrospectivo não-randomizado. Material e Método: Foram realizadas avaliações videolaringoscópica (nasofibroscópio flexível e/ou telelaringoscópio rígido), perceptivo-auditiva e acústica em 80 indivíduos com diversas queixas relacionadas à disfonia, atendidos na Campanha Nacional de Voz nos anos de 2009 e 2010, em um hospital-escola e um hospital municipal. Resultados: Do total da amostra, 60 (75%) dos indivíduos eram mulheres e 20 (25%) homens, entre 2 e 81 anos, com idade média de 43 anos. As alterações laríngeas encontradas foram: sinais de refluxo laríngeo-faríngeo (24%), alterações estruturais mínimas (17,5%), nódulo (6,5%), edema bilateral (5%) e edema de Reinke (4%), paresia e paralisia (4%), leucoplasia (2,5%), hiperemia difusa (1%), granuloma (1%), papiloma (1%) e laringomalácia (1%). Em 26 (32,5%) indivíduos não foram encontradas lesões sendo que destes, 3 (4%) apresentaram fenda glótica, 2 (2,5%) sinais de presbifonia com arqueamento de pregas vocais, 10 (12,5%) com alterações vocais e 11 (14%) sem alterações vocais. Conclusão: Através da análise dos resultados desta pesquisa, podemos concluir que a alteração laríngea mais freqüente foi o refluxo laríngeofaríngeo, seguido das alterações estruturais mínimas, o que corrobora com os achados de outros artigos relacionados à campanha. Os resultados deste estudo enfatizam a necessidade da realização da Campanha Nacional da Voz que visa divulgação das doenças, diagnóstico e encaminhamento aos centros especializados para tratamento das disfonias.

Fechar