Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-318

TÍTULO: IMPLANTE COCLEAR NA SÍNDROME DE SUSAC

AUTOR(ES): JOEL LAVINSKY, FABIANA SCARTON, MICHELLE LAVINSKY WOLFF, LUIZ LAVINSKY

INSTITUIÇÃO: HCPA/UFRGS

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Susac (SS) é uma doença rara e potencialmente devastadora, consistindo na tríade de encefalopatia, defeitos visuais e perda auditiva, resultado de microangiopatia. A perda auditiva na SS é geralmente aguda, bilateral, assimétrica e neurosensorial. Afeta, principalmente, as baixas e médias freqüências com aspecto audiométrico semelhante ao da hidropsia endolinfática. Essa característica é resultado de microinfartos na região apical da cóclea. A perda auditiva pode ser a queixa inicial ou pode ocorrer posteriormente na evolução.  Além da perda auditiva o paciente pode apresentar zumbido, vertigem e náusea.

Existem diversos relatos de caso com pacientes com SS que fornecem pouca informação com relação à função coclear e vestibular. Recentemente, Roeser et al publicou um estudo que revisou as manifestações otológicas de 23 pacientes com SS e também descreveu um caso em que foi realizado implante coclear bilateral. Nesse estudo, 18 (82%) pacientes eram do sexo feminino e com idade média de 37 anos (20-69). Um total de 10 (45.5%) pacientes relatavam surdez flutuante, 13 (59%) zumbido,  12 (54.6%) vertigem e 10 (45.5%) apresentavam sintomas bilaterais.

RELATO DE CASO: N.S.A., 29 anos, masculino e analista de sistemas iniciou há 3 anos com quadro de cefaléia, sendo diagnosticado como enxaqueca. Entretanto, evoluiu com vômitos, perda de consciência e amnésia. Na semana seguinte, apresentou hipoacusia leve e plenitude aural.  Posteriormente, iniciou com alterações motoras e cofose. Dessa forma, foi diagnosticado com SS, sendo tratado com imunoglobulinas e plasmaférese, porém sem reversão da hipoacusia.  Permaneceu com tonturas, mas sem náuseas.

Os exames audiométricos demonstraram perda auditiva neurossensorial bilateral profunda. O paciente não atingiu percentual de inteligibilidade e com respostas limitadas nas freqüências de 250 a 1000Hz no teste com aparelhos auditivos. A avaliação vestibular vídeonistagmográfica demonstrou achados dentro dos limites da normalidade. Dessa forma, o paciente apresentou indicação para a realização do implante coclear.

Foi realizado implante coclear pela Técnica de Acesso Combinado (TAC) com ausência de intercorrências no trans e pós-operatorio. Em 6 meses, o paciente já falava ao telefone e apresentava boa discriminação sem a leitura oro-facial. Em menos de 1 ano, o paciente se encontrava com umbral de 30dB e IR de 100% em campo aberto. 

CONCLUSÕES:  O presente estudo descreve um caso (segundo caso descrito na literatura) com desfecho favorável após o implante coclear em paciente com SS que apresentava perda auditiva neurosensorial.   Em relação ao manejo da perda auditiva, o sucesso com o implante coclear está de acordo com Roeser et al, demonstrando que esse procedimento é promissor no tratamento da perda auditiva neurossensorial na SS.

Fechar