Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-315

TÍTULO: HIPOACUSIA E DEMÊNCIA: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NA PRÁTICA MÉDICA

AUTOR(ES): AMANDA LUCAS DA COSTA, JULIANA SANTOS VARELA, LUCIANE MARIA FABIAN RESTELATTO, MÁRCIA LORENA FAGUNDES CHAVES

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE- FIPE

INTRODUÇÃO: A surdez no idoso constitui-se em um dos mais importantes fatores de desagregação social. De todas as privações sensoriais, a perda auditiva é a que produz efeito mais devastador no processo de comunicação do idoso No Brasil,a  prevalência de perda auditiva entre idosos que varia de 20 a 85% e  tem sido associada a impacto psicossocial negativo, com inabilidade para realizar tarefas domésticas pesadas e o aumento de acidentes ocupacionais. A demência acomete 15-20% de idosos acima de 60 anos e é uma doença progressiva que se rastreada nos casos iniciais pode receber tratamento adequado.  O objetivo deste trabalho foi observar a relação entre estas duas patologias tão freqüentes na prática clínica com idosos.MATERIAL E MÉTODOS:Foram avaliados 130 idosos acima de 50 anos em um ambulatório de cardiopatia isquêmica  de um Hospital universitário de referência ,onde foram aplicados uma bateria de rastreio cognitivo específicos para avaliação de quadro demencial (Mini-exame- estado Mental, escala de depressão geriátrica e tomografia de crânio)RESULTADOS: 13 idosos tiveram rastreio cognitivo positivo para quadro demencial com uma média de idade de 65 anos , destes ao serem investigados detalhadamente para quadro demencial, 4(30,7%) pacientes apresentavam hipoacusia e por esta razão não conseguiram ter escores adequados na avaliação cognitiva e foram encaminhados para avaliação audiológica antes de seguirem avaliação neurológica cognitiva.CONCLUSÃO: São necessários outros estudos para avaliação de patologias tão prevalentes em idosos e principalmente para avaliarmos o real impacto físico e emocional da deficiência auditiva na cognição e estabelecermos com segurança o seu diagnóstico. Na avaliação cognitiva de idosos para demência não temos avalição otológica no exame físico nem tão pouco audiometria que seria o exame padrão-ouro para hipoacusia. DISCUSSÃO: Indivíduos com hipoacusia apresentam muitas vezes sintomas depressivos e dificuldade para se comunicar na sociedade o que precisa ser considerado ao se pensar em um diagnostico de comprometimento relacionado a síndrome demencial. A hipoacusia na idade adulta tem diversas conseqüências profissionais,sociais e emocionais nestes indivíduos e se não tratadas adequadamente podem simular um quadro neurológico semelhante a indivíduos com défict de memória, desorientação e mudança comportamental características comuns em pacientes em investigação inicial de quadro demencial. Não há um teste laboratorial inquestionável que identifique demência . O método de aproximação diagnóstica é feito por exclusão de outras condições possíveis. Estas condições incluem as demências tratáveis e as potencialmente reversíveis como depressão, hipotireoidismo, reação adversa a drogas, deficiências vitamínicas, hematoma sub-dural, hidrocefalia de pressão normal. O comprometimento dos órgãos do sentido pode perfeitamente ser o responsável por alterações de comportamento, orientação e precisa ser avaliado e ser pensado como possível diagnóstico diferencial nestas investigações . Apesar da alta prevalência entre idosos, a perda auditiva é um dos problemas não investigados durante o exame médico clínico neste grupo etário. A triagem audiológica  pode ser útil na sua identificação em atenção primária da saúde, uma vez que o seu início é insidioso e os pacientes,freqüentemente, não têm consciência de suas incapacidades cognitivas.

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