Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-303

TÍTULO: GRANULOMATOSE DE WEGENER – RELATO DE CASO

AUTOR(ES): GUSTAVO HENRIQUE MARQUES DE SÁ , IERICEFRAN DE MORAIS SOUZA, MAXIMIANO DA FRANCA TRINETO, THEYLIANE GADELHA MOREIRA, SÉRGIO HENRIQUE DE MEDEIROS, PEDRO CAVALCANTI DE OLIVEIRA FILHO, JOSÉ DINIZ JÚNIOR

INSTITUIÇÃO: CLÍNICA PEDRO CAVALCANTI / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

INTRODUÇÃO: Doença inflamatória idiopática, multissistêmica caracterizada por vasculite de vasos pequenos e de médio calibre com formação de granulomas e necrose tissular. Acomete principalmente pulmões, rins, nariz, seios paranasais e rinofaringe.

OBJETIVO: Relatar síndrome de baixa prevalência, descrevendo os achados e correlacionando-os com os aspectos otorrinolaringológicos encontrados, em sua evolução natural, trazendo à tona a importância do parecer otorrinolaringológico precoce.

METODOLOGIA: Foi avaliado 01 caso, L. M. C, 36 anos, sexo feminino no Hospital Universitário Onofre Lopes – UFRN em parceria com a Clínica Pedro Cavalcanti em Natal, Rio Grande do Norte, Brasil em abril de 2010, realizando-se avaliação clínica, imagiológica, e audiológica através de audiometria tonal liminar e imitanciometria.

RESULTADOS: Surgiu como prurido em O.D, com subseqüente otalgia, otorréia purulenta, febre e zumbidos ipsilateralmente. Tratada inicialmente com amoxicilina e limpeza aural. Após 80 dias do início do quadro apresentou dor facial e posterior lagoftalmo à direita, desvio da rima labial para a esquerda, disartria, disfagia e cefaléia hemicraniana à direita e 05 dias depois, dor, déficit motor e parestesia em MMII, com hipotermia de superfícies e cianose podal bilateral. Com 120 dias foi internada com queixa de parestesia e dores em MMII com dificuldade para deambular. TC das Mastóides: sinais de otomastoidite bilateral, com possível formação colesteatomatosa à esquerda. TC Crânio-Encefálica: área de encefalopatia cerebelar à esquerda. TC de Tórax: opacidades pulmonares alveolares com imagens hipodensas de conteúdo no parênquima bilateralmente e derrame pleural à direita. Após 04 dias do internamento foi à UTI com dispnéia importante e desconforto torácico. Após 01 dia na UTI foi realizado amputação de MMII, com “sepse” após 02 dias. Tuberculose pulmonar negativa após 03 amostras do Lavado Broncoalveolar. Anticorpos IGG Cardiolipina: negativo, Clearance Urinário: polaciúria. Parecer oftalmológico: xeroftalmia, pupilas fotoreagentes bilateralmente. Neutrófilos: Anti ANCA-C – reagente (1:20), Anti ANCA-P – negativo. Parecer otorrinolaringológico no último dia de internamento: lagoftalmo à direita. Oroscopia: ausência parcial de dentes em arcadas superior e inferior, candidíase oral, presença do reflexo nauseoso e sinal da cortina. Rinoscopia: dorso nasal em sela, presença de crostas em grande quantidade aderidas ao septo nasal bilateralmente. Otoscopia: O.D – perfuração da membrana timpânica, O.E – atelectasia da membrana timpânica e cerúmem. Face: desvio da rima labial para esquerda, presença de reflexos no pavilhão auricular, paralisia de Bell. Weber – lateralizado para esquerda. Nistagmo – ausente.  Audiometria Tonal Liminar: perda auditiva do tipo mista em O.D de grau severo e do tipo condutiva em O.E de grau moderado.

CONCLUSÃO: A interdisciplinaridade e o treinamento do clínico para as questões otorrinolaringológicas são imprescindíveis, evitando assim que doenças com manifestações sistêmicas passem desapercebidas, agravando o estado do paciente e levando a lesões irreversíveis. A atuação do otorrinolaringologista deve ser sempre solicitada no início de qualquer sintoma ou sinal que envolva essa especialidade, relevando assim a sua importância, não a colocando em segundo plano.

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