Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-300

TÍTULO: FRATURA NASAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO

AUTOR(ES): RICARDO ARTHUR HUBNER , ANA GABRIELA GONÇALVES TORISAN, MARIANA WILBERGER FURTADO DE ALMEIDA, THIAGO BITTENCOUT OTTONI DE CARVALHO, VÂNIA BELINTANI PIATTO, FERNANDO DRIMEL MOLINA, JOSÉ VICTOR MANIGLIA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SÃO PAULO FAMERP

INTRODUÇÃO: Na sociedade contemporânea os traumatismos estão entre as principais causas de morbi-mortalidade.

A epidemiologia das fraturas faciais varia com o tipo, gravidade e causa da lesão dependendo da população estudada.

OBJETIVO: Avaliar dados epidemiológicos de atendimento em trauma facial com relação a fratura nasal.

METODOLOGIA: Este é um estudo retrospectivo, de corte transversal, para o qual foram utilizados os dados obtidos por revisão de prontuário de 355 pacientes vítimas de trauma facial atendidos entre os anos de 2002 e 2008, sendo selecionados 81 casos correspondentes a fratura nasal.

RESULTADOS: No período de 2002 a 2008, 355 pacientes foram atendidos com traumatismo facial e destes 81 (22,81%) apresentaram fratura nasal. A maioria era do sexo masculino (75,3%). Houve grande relação com o consumo de álcool (41,7% dos casos estavam alcoolizados), e desses, 85,3% eram homens. O tratamento cirúrgico foi realizado em 82,71% dos casos. Os mecanismos de trauma foram divididos e relacionados a seguir. Violência interpessoal: foi a categoria que mais resultou em fraturas nasais em ambos os gêneros; foram 30 casos. Queda: 14 casos. Acidente automobilístico: 11 casos. Motocicleta: 7 casos. Bicicleta: 6 casos. Atropelamento: 3 casos. Outros: 10 casos.

DISCUSSÃO: Do número total de pacientes com trauma de face (N=355), a fratura nasal foi a segunda mais prevalente (22,81%), perdendo apenas para o trauma de mandíbula (44,2%). Tais dados diferem da literatura, que classifica o trauma nasal como o mais prevalente. Os autores do presente estudo consideram que há uma subnotificação na epidemiologia dos traumas nasais na pesquisa, já que os dados colhidos são referentes a atendimentos realizados apenas pelo Departamento de Otorrinolaringologia. Isso exclui um grande número de pacientes com trauma nasal que foram atendidos sem a avaliação da especialidade, em hospitais primários, secundários, bem como no pronto-atendimento do hospital terciário.

CONCLUSÃO: Homens adultos jovens são as vítimas mais prevalentes em trauma nasal e a violência interpessoal é a responsável pela maioria das lesões. A maioria dos casos de traumatismo nasal está associada ao consumo de álcool. Estudos posteriores serão sempre necessários a fim de permitir uma clara compreensão da tendência na etiologia do trauma nasal.

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