Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-299

TÍTULO: FRATURA MISTA DE OSSO TEMPORAL COM DESARTICULAÇÃO DA CADEIA OSSICULAR

AUTOR(ES): DIEGO SILVA WANDERLEY , FABIANA CAMBRAIA CORREA, RICARDO TOLEDO PIZA, LUIZ EDUARDO RIBEIRO BOSCO, MARIANA GOMES DA COSTA DE MARCA, RODRIGO RAMOS CAIADO, YORIS DENIS PENALOZA BAZOBERRY

INSTITUIÇÃO: CLÍNICA PROFESSOR JOSÉ KÓS

INTRODUÇÃO:

A principal causa de disfunção da cadeia ossicular é a otite média crônica, seja ela colesteatomatosa ou não, outra causa muito freqüente é o trauma de osso temporal que ocorre em 22% dos casos de traumatismo crânio-encefálico.

A incidência dos traumatismos cranianos vem aumentando em gravidade e freqüência nos últimos tempos.

OBJETIVO:

Este relato tem como objetivo apresentar um caso de desarticulação de cadeia ossicular por TCE, atentando sobre a importância da intervenção cirúrgica na busca de um diagnóstico mais preciso.

Métodos:

A.M.S.P., 36 anos, motociclista, veio para avaliação com queixa de hipoacusia à direita com início há 90 dias após atropelamento. Negava outros sintomas auditivos e tontura.

Na ocasião, foi atendido em um hospital geral com otorragia, cefaléia e hipoacusia. A tomografia computadorizada da data do acidente evidenciava fratura mista de osso temporal e velamento mastóideo. Ficou em observação hospitalar por três dias sendo liberado sem mais recomendações.

Ao exame físico: oroscopia e rinoscopia anterior sem alterações, otoscopia evidenciava membranas timpânicas íntegras, normotransparentes, cabo do martelo presente em ambos os lados e visualização de ramo longo da bigorna bilateralmente. Rinne positivo em orelha esquerda e negativo em orelha direita. Weber lateralizado para direita.

Exame audiométrico: audição normal em orelha esquerda e disacusia mista moderada/acentuada em orelha direita. Timpanograma tipo A em orelha esquerda e Ad em orelha direita. Reflexos estapédicos presentes bilateralmente. Discriminação normal em ambos as orelhas.

Tomografia computadorizada de mastóides: sem alterações.

Hipótese diagnóstica: desarticulação de cadeia ossicular à direita.

Conduta: paciente submetido à timpanotomia exploradora sob microscopia para avaliação de ouvido médio. Apresentava desarticulação incudo-estapediana sem erosão ossicular, estapédio presente e íntegro. Sem mais alterações. Foi submetido a interposição de cadeia ossicular com enxerto cartilaginoso de tragus, sendo este colocado entre o processo lenticular da bigorna e cabeça do estribo, seguido de fixação de reforço com cola de fibrina.

RESULTADOS:

Paciente relatava melhora significativa da audição. Exame audiométrico em trinta dias de pós operatório: audição normal em orelha esquerda e disacusia mista discreta em orelha direita, timpanograma tipo A em ambas as orelhas. Reflexo estapédico presente bilateralmente.

CONCLUSÕES:

O quadro clínico e o exame audiométrico são fundamentais na indicação da cirurgia. A tomografia computadorizada é uma importante ferramenta na investigação do quadro, porém, se normal, não exclui a possibilidade de desarticulação de cadeia ossicular. O diagnóstico definitivo neste caso foi intra-operatório e a disacusia residual apresentada pelo paciente se relaciona com a fratura mista do osso temporal.

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