Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-298

TÍTULO: FRATURA DE OSSO TEMPORAL EM PACIENTES COM TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO: ASPECTOS CLÍNICOS E TOMOGRÁFICOS

AUTOR(ES): MYRIAN MARAJÓ DAL SECCHI , JULIANA FURNO SIMÕES MORAES, FABRICIO CASTRO BARBOSA

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS

INTRODUÇÃO: As fraturas de osso temporal são lesões que se observam em pacientes com traumatismo crânio-encefálico. Os sinais clínicos mais frequentes que ocorrem em traumatismos de osso temporal são otorragia e hemotímpano, as complicações são paralisia facial  periférica, fístula liquórica, perda auditiva neurossensorial ou condutiva, vertigem ou meningite.A tomografia computadorizada (TC) de alta resolução permite avaliar a fratura e as complicações da cadeia ossicular, labirínticas e do nervo facial.OBJETIVO:Avaliar pacientes com traumatismo crânio-encefálico que apresentavam evidencia clínica e  radiológica de fratura de osso temporal,verificar os sinais clínicos mais frequentes, a faixa etária e a etiologia do trauma. Analisar as alterações à TC de crânio e ossos temporais, e correlacionar os achados.Forma de estudo: Estudo retrospectivo. Casuística e Método: 28 pacientes internados por traumatismo crânio-encefálico que apresentaram evidência clínica e/ou radiológica (TC de crânio) de fratura de osso temporal submetidos à avaliação otorrinolaringológica e TC de ossos temporais. RESULTADOS: A faixa etária variou 3 a 75 anos O  lado mais afetado foi o direito 50% (n=14), esquerdo 36% (n=10) e bilateral 14% (n=4). A etiologia do trauma foi queda 25% (n=7), acidentes com motocicletas e bicicletas 21% (n= 6), agressão física 14% (n= 4), atropelamento 11% (n=3), queda de objeto 4% (n=1) e outras causas 25% (n=7), não houve nenhum caso de ferimento por arma de fogo. Os sinais clínicos foram: otorragia 78% (n=22), otalgia 11% (n=3), otorréia 7% (n=2), paralisia facial 7% (n=2) e hipoacusia 7% (n=2). Achados à  otoscopia: otorragia 57% (n=16), laceração de conduto auditivo externo 36% (n=10),  hemotímpano 11% (n=3), normal 7% (n=2) e  sinal de Battle (hematoma retro auricular associado a hemotimpano) 7 % ( n=2). As alterações à tomografia computadorizada de crânio foram: sem alterações 54%(n=15), hematoma subgaleal 18% (n=5), hemossinus 14% (n=4), hemorragia subaracnoidal 14% (n=4), pneumocéfalo 11% (n=3, hematoma extradural 4% (n=1) e subdural 4% (n=1), fratura de frontal 7% (n=2), temporal 7% (n=2), parietal 4% (n=1), occipital 4% (n=1) e  zigomático 4% (n=1). À tomografia de ossos temporais de alta resolução as alterações foram: linha de fratura 71% (n=20), velamento da mastóide 25% (n=7), ar em cavidade glenóidea 14% (n=4), luxação de cadeia ossicular 7% (n=2) e velamento orelha média 4% (n=1). CONCLUSÃO: Pacientes com traumatismo crânio-encefálico devem ser submetidos à avaliação otorrinolaringológica e de imagem, para diagnóstico precoce das complicações e tratamento.     

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