Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-297

TÍTULO: FRATURA DE MASTÓIDE POR ARMA DE FOGO

AUTOR(ES): ROWILSON CLEBER DE MELO , CARLOS ROBERTO BALLIN, LUIZ CARLOS SAVA, ANDRÉ LUIZ ATAÍDE, YASSER JEBAHI, RODOLFO CARDOSO DE TOLEDO FILHO, LUIZ EDUARDO NERCOLINI

INSTITUIÇÃO: SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL DA PUC-PR

INTRODUÇÃO: As fraturas de osso temporal não são apresentações freqüentes. Daqueles que sofreram trauma craniano, apenas 5% deles apresentam fratura do osso temporal.1 Sendo que, lesões penetrantes são ainda menos comuns que traumas contusos porém causam maior dano.

OBJETIVO: Relatar um caso de fratura de mastóide por projetil de arma de fogo  e seu tratamento.

RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 32 anos, foi admitido no Hospital Universitário Cajuru vítima de ferimento por arma de fogo em crânio.

Após atendimento inicial e estabilização clínica, o paciente evoluiu com fístula liquórica, paralisia facial perfiférica direita, hipoacusia, vertigem, disfagia, disfonia e limitação dos movimentos do ombro, sendo então, submetido a exames complementares. A tomografia mostrou fratura da porção escamosa do osso temporal e  fragmentos de projétil de arma de fogo alojados em mastóide direita, caixa timpânica e cápsula ótica.

A eletroneuromiografia revelou grave mononeuropatia do nervo facial direito, com lesão axonial em fase aguda, não sendo detectados potenciais de unidade motora voluntários. A audiometria revelava rebaixamento em 6000 Hz a 8000 Hz ã esquerda e anacusia à direita, sendo compatível com os sintomas e história clínica do paciente.

No 10º dia de internamento, foi levado ao centro cirúrgico para realização de petrosectomia subtotal: Incisão retro auricular com extensão superior em direção à região temporal. Descolamento por planos, retirado fáscia do músculo temporal, prosseguindo descolamento até á parede posterior do conduto auditivo externo. Iniciado mastoidectomia com identificação da dura máter da fossa média e seio sigmóideo. Abertura do antro mastóideo. Mastoidectomia ampla, encontrando o projétil posicionado na região do segundo joelho do nervo facial ocasionando destruição do canal lateral e segmento timpânico do nervo facial até o gânglio geniculado. Identificado o nervo facial na região do forame estilomastoideo e porção mastóidea superiormente (coto distal). Devido a destruição do segmento timpânico e gânglio geniculado não foi possível identificação do coto proximal. Explorado o ouvido médio e observado a destruição total da cadeia ossicular, esqueletização do bulbo da veia jugular e canal da artéria carótida interna bem como identificação da tuba auditiva.

Realizada labirintectomia dos canais superior, posterior e lateral. Posteriormente realizada incisão oblíqua em parede abdominal esquerda para retirada de gordura abdominal.

Iniciado fechamento da cavidade com oclusão da tuba auditiva e da cavidade da petrosectomia subtotal com gordura abdominal. Posteriormente rodado retalho do músculo temporal inferiormente e realizado fechamento por planos.

RESULTADOS: Após 13 dias de internamento, o paciente estava de alta hospitalar ainda apresentando hipoacusia em ouvido direito, paralisia facial direita, disfagia e comprometimento do músculo trapézio. O paciente  mantém seu acompanhamento com a otorrino, fonoaudiologia e fisioterapia

CONCLUSÃO: Pacientes vítimas de trauma cranianos que originaram fratura do osso temporal são pacientes, via de regra,  graves e devem ser manejados por uma equipe multidisciplinar.

A maioria das fraturas do osso temporal leva a seqüelas de intensidades variáveis e que podem exigir acompanhamento por um longo período de tempo. O diagnóstico precoce das complicações é fundamental para uma abordagem adequada

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