Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-295

TÍTULO: FORMAS ATÍPICAS DE PLASMOCITOMA E LINFOMA NÃO-HODGKIN ACOMENTENDO PORÇÃO OROFARINGEANA

AUTOR(ES): VINICIUS VELOSO TEIXEIRA , FLÁVIA CRISTINA FERNANDES PIMENTA, MARIA ANGELINA CARTAXO FILGUEIRAS FERNANDES, ELOISA CARTAXO ELOY FIALHO, THIAGO GUEDES DE ANDRADE, PATRÍCIA SARAIVA GADELHA

INSTITUIÇÃO: 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 2. HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO

INTRODUÇÃO: O plasmocitoma extramedular é uma doença rara, compreendendo cerca de 3% das neoplasias originárias dos plasmócitos. A maioria (80 a 90%) ocorre na região da cabeça e pescoço, mais frequentemente na nasofaringe e seios paranasais (75%), sendo incomum na orofaringe (12%). O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) é o principal representante dos Não-Hodgkin (LNH) conhecidos, responsável por 31% dos casos. No entanto, o linfoma primário de tonsila, representado principalmente pelo LDGCB, soma apenas 1% de todas as malignidades de cabeça e pescoço, sendo uma manifestação incomum do LNH.

OBJETIVOS: Descrever o comportamento atípico de um plasmocitoma de orofaringe em paciente HIV negativo (P1) e um linfoma não-hodgkin de amígdalas recidivado em membro inferior (P2).

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo clínico-laboratorial retrospectivo e revisão de artigos científicos.

RESULTADOS: P1 – sexo masculino, 61 anos, procurou assistência médica relatando aparecimento de nódulo na orofaringe há um ano, sem outras queixas clinicas. Encaminhado à biópsia excisional recebendo o resultado anatomopatológico de mucosa malpighiana com infiltrado difuso de células plasmocitóides no córion. Eletroforese de proteínas séricas, Imunofixação de proteínas na urina, Beta-2 microgobulina e mielograma não apresentaram alteração. Sorologias negativas, inclusive Anti-HIV.  Testes bioquímicos normais incluindo função renal e calcemia. P2 – sexo masculino, 46 anos, procurou assistência médica por presença de tumoração em orofaringe. Submeteu-se à amigdalectomia, recebendo anatomopatológico e imunohistoquímica de LDGCB. Encaminhado ao serviço de Hematologia do Hospital Napolão Laureano, observava-se gânglios submandibulares no mesmo lado da amígdala afetada e estadiou-se a doença em IIEA. Realizou tratamento quimioterápico (QT) sistêmico e, posteriormente, radioterapia. Paciente evoluiu assintomático, até que, em maio de 2008, percebeu tumoração em coxa esquerda, dolorosa apenas à flexão do quadril. Realizou RNM, identificando volumosa lesão expansiva sólida fusiforme. O anatomopatológico da biopsia incisional revelou recidiva de LDGCB sendo submetido a nova QT complementado com radioterapia, com desaparecimento do volume tumoral. Realizou transplante autólogo de MO em abril de 2009, entretanto houve retorno da massa tumoral, iniciando-se QT de resgate que se encontra realizando ate o momento e apresentando resposta parcial.

CONCLUSÃO: Plasmocitoma de orofaringe acomete principalmente pacientes HIV positivo. Sua melhor forma de tratamento é a cirurgia seguida de radioterapia, por serem radiossensíveis. A sobrevida em cinco anos é de 33-75% e o seguimento é muito importante, já que 15-20% dos casos evoluem com Mieloma Múltiplo anos após o tratamento. Relatamos um caso de LNH de amígdalas de evolução extremamente atípica, uma vez que a maioria dos pacientes portadores desta patologia tem curso clínico favorável com chance de cura em torno de 90%. O manuseio clínico, nesses casos, continua representando um desafio, tornando necessário o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.

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