Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-294

TÍTULO: FÍSTULA PERILINFÁTICA:UM DIAGNÓSTICO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA

AUTOR(ES): THIAGO FERREIRA BORGES , GABRIELLA SANTOS DAHER, VALESCA RICCIOTTO, CAMILA PAZIAN FELICIANO, ANA LUIZA BITTENCOURT TEIXEIRA, MARCEL0 MIGUEL HUEB

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INTRODUÇÃO:Considerada como uma comunicação anormal entre a cóclea e a cavidade da orelha média, a fístula perilinfática pode originar-se de complicação de otite média crônica, traumatismo cranioencefálico, trauma acústico, barotrauma, entre outros, devendo-se ressaltar as fístulas devido a malformações congênitas responsáveis por surtos de meningite de repetição, e as iatrogênicas, relacionadas a cirurgias otológicas.Há uma grande variabilidade quanto à sua expressão clínica, o que dificulta não só o diagnóstico, mas também frustra as tentativas de classificar ou padronizar seus sintomas e sinais.Pode manifestar-se de forma súbita (surdez súbita, vertigem súbita ou associação de ambas) ou insidiosas (surdez flutuante e vertigens recidivantes, em um quadro semelhante ao da doença de Menière).Meningites recidivantes são descritas em muitos casos, por quebra da barreira meningoencefálica.

OBJETIVO:Objetiva-se aqui apresentar um caso  de diagnóstico tardio, após 6 episódios de meningites e suas seqüelas antes da correção cirúrgica.

RELATO DE CASO:Feito seguimento do paciente LGP com meningites de repetição, achando foco da infecção, fazendo diagnóstico, tratamento clínico e cirúrgico, e seguimento pós operatório.LGP, masculino, 8 anos, internado por meningites secundárias a IVAS. A primeira internação ocorreu com 1 ano de idade, apresentando posteriormente outros 5 episódios (um a cada ano), sendo adequadamente medicado nessas ocasiões.Na investigação inicial não foram observadas alterações relevantes que possibilitassem outro diagnóstico além da meningite. Entretanto, durante as últimas duas crises foi realizada TC de orelhas e  mastóides evidenciando-se alterações sugestivas de anomalia cócleo-vestibular, com material de densidade de partes moles preenchendo a cavidade timpânica e mastóide à esquerda.O exame eletrofisiológico demonstrou ausência de respostas ipsilateralmente. Foi submetido timpanotomia com fechamento de ampla fístula ao nível da janela oval.Seguimento após 6 meses demonstrou paciente assintomático e sem recidivas.

CONCLUSÃO:A fístula perilinfática possui diagnóstico e tratamento controversos.O tratamento conservador abrange repouso no leito, evitar viagens aéreas,esforços, mergulhos, assoar nariz, etc.O tratamento cirúrgico, consiste no selamento utilizando-se enxerto de tecido mole e cola de fibrina. Pacientes com meningite recorrente devem realizar CT de alta resolução para detecção de eventuais fístulas e exclusão de malformações.Neste paciente fez-se o diagnóstico somente após o estabelecimento de algumas seqüelas e piora da condição neonatal.O diagnóstico precoce é imprescindível para a redução da morbi-mortalidade secundária a esta patologia.

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