Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-289

TÍTULO: FESS X CALDWELL-LUC NO TRATAMENTO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA

AUTOR(ES): WANER JOSEFA QUEIROZ DE MOURA , RENATO VALENTIM BRASIL, LARISSA MAGALHÃES NAVARRO, MAÍRA RODRIGUES DE OLIVEIRA, LORENA GONÇALVES RODRIGUES, RAFAEL CARVALHO PEREIRA, CLÁUDIO TOBIAS ACATAUASSU NUNES

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ-HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA

INTRODUÇÃO: O tratamento das rinossinusites inicialmente é com uso de antimicrobianos, na dose e tempo adequado, porém em algumas situações, quando evolui com complicação ou o quadro é recorrente ou na vigência de cronificação do processo, sem melhora com o tratamento clínico, faz-se necessário o tratamento cirúrgico. Atualmente a técnica preferida corresponde à cirurgia endoscópica funcional dos seios paranasais, que compreende a remoção da doença, com restabelecimento do transporte mucociliar, não havendo necessidade da remoção de toda mucosa dos seios paranasais.

A Cirurgia Endoscópica Funcional dos Seios Paranasais (FESS) mudou não apenas a técnica do tratamento da rinossinusite crônica, recorrente ou complicada, mas também o princípio fisiológico da cirurgia, onde é preconizada a remoção da doença de uma determinada área, sem haver necessidade de remoção de toda a mucosa dos seios paranasais. Outra técnica cirúrgica preconizada para o tratamento da Rinossinusite crônica sem melhora com o tratamento clínico, recorrente ou complicada é a de Caldwell-Luc, a qual é opção terapêutica para as infecções refratárias localizadas no seio maxilar, assim como complementação a FESS, quando não é possível remoção de toda a lesão, por via endoscópica, especialmente quando acomete as regiões inferiores e laterais do seio maxilar.

OBJETIVO: O objetivo é de realizar um estudo comparativo entre as Cirurgias de Caldwell-Luc e a FESS nos operados para tratamento da rinossinusite crônica complicada ou não, assim como em quadros recorrentes.

METODOLOGIA: Foram selecionados 92 pacientes com diagnóstico de rinossinusites crônica ou recorrente, sem melhora com o tratamento clínico, os quais foram submetidos a tratamento cirúrgico, ou por meio de cirurgia endoscópica funcional ou cirurgia de Caldwell-Luc, num período de 2 anos, no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. O estudo foi realizado de modo retrospectivo, levando-se em conta a distribuição dos pacientes quanto à técnica cirúrgica empregada, dando especial importância à diferença de complicações e recorrência entre as técnicas.

RESULTADOS: Do total de 92 pacientes, 82 (89,13%) foram operados por meio de cirurgia endoscópica funcional, enquanto 10 (10,86%) submetidos à cirurgia de Caldwell-Luc, a média de idade foi 39,42 anos. Dos dez pacientes submetidos à Cirurgia de Caldwell-Luc, todos eram do sexo feminino, com uma idade média de 26, 9 anos. Na histopatologia observou-se três pacientes com lesão granulomatosa, em três o diagnóstico era de cisto maxilar, dois tinham diagnóstico de displasia, um correspondia a angiofibroma e um outro paciente a hemangioma. Em todos os casos o tempo de acompanhamento pós-operatório foi curto, menor que seis meses, não havendo complicações ou recorrências. 

Do total de 82 pacientes submetidos à Cirurgia Endoscópica Funcional dos Seios Paranasais (FESS), 30 eram do sexo feminino e 52 do sexo masculino, com uma idade média de 39,51 anos, em 70 pacientes não foram observados comorbidades, enquanto 12 apresentavam alguma comorbidade. O tempo de evolução era indefinido pelo paciente em 38 casos, em 18 definiam a evolução entre 1-5 anos, 24 manifestavam a doença por mais de cinco anos e, apenas 2 tinham menos de 1 ano de evolução dos sintomas. A presença isolada de secreção mucopurulenta ou sanguinolenta no meato médio foi constatado em 10 pacientes.

CONCLUSÃO: Tanto a Cirurgia Endoscópica Funcional dos Seios Paranasais quanto a Cirurgia de Caldwell-Luc são procedimentos seguros e com alta taxa de sucesso e, baixa recorrência e complicações pós-operatórias.

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