Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-287

TÍTULO: FECHAMENTO DE FÍSTULA OROANTRAL COM ENXERTO DE CRISTA ILÍACA

AUTOR(ES): DANIELLE DA SILVA PEDREIRA, RAPHAEL LASNEAU ANNICCHINO, MIGUEL SOARES TEPEDINO, ANDRÉ BRAUNE, MOACIR TABASNIK

INSTITUIÇÃO: POLICLÍNICA DE BOTAFOGO

Introdução

As fístulas do assoalho do seio maxilar podem ser: oronasal, oroantral ou oroantronasal. As comunicações oroantrais podem ser definidas como espaço criado entre o seio maxilar e a cavidade bucal, sendo denominadas fístulas as que têm infecção e secreção ou drenagem associada.

Geralmente, são resultados de uma entidade patológica ou secundárias a tratamento endodôntico e extração dentária. As fístulas oroantrais são mais comuns nos 1º e 2º molares e 2º pré-molares e são mais freqüentes em homens que em mulheres.

Relato de Caso

Paciente feminino, 39 anos, encaminhada ao nosso serviço, com diagnóstico de fístula oroantral na região do 2 º molar. Em uso de amoxicilina com clavulanato há 15 dias.  Evoluiu no 3º dia com drenagem de secreção purulenta em fossa nasal esquerda e boca. Ao exame físico apresentava comunicação orossinusal com saída de secreção purulenta à manobra de Valsalva. Na TC evidenciava velamento de seio maxilar esquerdo com perda da solução de continuidade óssea no assoalho. Optou-se por prolongamento do antibiótico, instituição de antiinflamatório hormonal e fechamento cirúrgico da fístula. Foi utilizado enxerto ósseo homólogo de crista ilíaca associado à antrostomia do seio maxilar acometido. Após 1 mês da cirurgia a paciente estava assintomática.

 

Discussão

 

O diagnóstico pode ser feito através de exame físico, endoscópico e radiológico. À manobra de Valsalva pode ser observado saída de ar ou pus dependendo do estado do seio maxilar. O exame radiológico, com destaque para TC, mostra descontinuidade do assoalho do seio, comunicação entre a cavidade bucal e o seio maxilar, velamento do seio, áreas focais de atrofia alveolar e doença periodontal associada, achados que também foram encontrados em nosso caso.

O tratamento cirúrgico pode ser feito por meio de aeração do seio maxilar através da sinusectomia transmaxilar ou antrostomia maxilar intranasal. A correção da fistula pode ser realizada com colocação de enxerto mucoperiosteal de vestíbulo e palatino, gordura da bochecha, transplante dentário ou enxerto ósseo. Na TC observamos que se tratava de uma fístula de grandes dimensões, com isso optamos por fazer uma abordagem multidisciplinar. O cirurgião craniomaxilofacial retirou o enxerto ósseo da crista ilíaca, por ser um osso de fácil acesso e apresentar componente cortical e trabeculado. Realizou-se incisão na gengiva, exposição da fístula, curetagem e colocação do enxerto. Para garantir a permeabilidade do seio maxilar foi feita antrostomia por via endoscópica

 

Conclusão

 

As fístulas oroantrais são freqüentes e geralmente de fácil diagnóstico. Diversas abordagens cirúrgicas são descritas. Neste trabalho apresentamos uma técnica pouco utilizada e conhecida pelos otorrinolaringologistas. Consideramos que o enxerto ósseo obtido da crista ilíaca é uma alternativa eficaz e segura para o tratamento de fístulas de grandes dimensões.

Fechar