Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-285

TÍTULO: EXPERIÊNCIA DO IMPLANTE DE BAHA EM PACIENTES COM SÍNDROME DE TREACHER COLLINS.

AUTOR(ES): ALEXANDRA KOLONTAI DE SOUSA OLIVEIRA , LÍLIA PEREIRA ABREU, JAIEDE NICACIO DA SILVA, DANIEL MOCHIDA OKADA, ANDRÉ FERNANDO SCHERER

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: A síndrome de Treacher-Collins manifesta-se por malformações craniofaciais originadas a partir do primeiro e segundo arcos branquiais e placódios nasais. Incidência varia de 1:40.000 a 1:70.000 nascidos vivos. Obliqüidade antimongolóide das fendas palpebrais, hipoplasia malar e mandibular, malformações dos pavilhões auriculares, surdez condutiva e fissura palatina estão entre as manifestações clínicas mais características. O conduto auditivo externo apresenta-se estreitado e em 30% dos afetados há agenesia do mesmo ou defeitos da cadeia de ossículos, acompanhadas de surdez de condução. O uso do aparelho de amplificação sonora (AASI) não é possível nesses casos de agenesia ou estenose de meato acústico externo. A cirurgia reconstrutora da orelha externa apresenta grande dificuldade técnica e resultados não tão animadores. O BAHA (Bone Anchored Hearing Aid), desenvolvida por Tjellstrom em 1977, é uma prótese auditiva que apresenta vantagens sobre os aparelhos de condução óssea convencionais. Um parafuso de titânio é cirurgicamente implantado na cortical óssea do osso temporal e depois acoplado a um processador de fala. Esta unidade externa capta a energia sonora e a transforma em vibração, estimulando diretamente a cóclea através de condução óssea. OBJETIVO: Apresentar dois casos de pacientes com Síndrome de Treacher-Collins submetidos a implante de prótese de condução óssea num hospital público em São Paulo. RELATO DE CASOS: CASO 1: S.A.T. 52 anos, referia hipoacusia desde o nascimento e com diagnóstico pré-estabelecido de Síndrome de Treacher-Collins. Nascida de parto normal domiciliar, sem intercorrências. Realizou várias cirurgias plásticas corretivas da infância até idade adulta. Ao exame físico apresentava inclinação antimongolóide das fendas palpebrais, hipoplasia malar e mandibular, malformações de pavilhões auriculares e atresia de conduto auditivo externo. Exame audiométrico revelava perda mista severa bilateral e tomografia computadorizada de ossos temporais com atresia de conduto auditivo externo, sem alterações em orelha média ou interna. Utilizou vibrador ósseo de contato por 10 anos. Optado por implante de BAHA em mastóide esquerda após avaliação conjunta com fonoaudiólogas e consentimento da paciente. Procedimento cirúrgico ocorrido sem intercorrências, utilizada técnica de incisão vertical proposta por Wilkinson. Paciente está em período de osteointegração. CASO 2: K.V.F., 14 anos,com queixa de baixo rendimento escolar por conta de perda auditiva apresentada desde o nascimento.Paciente nasceu de parto normal, sem intercorrências e aos 45 dias de vida foi internada por insuficiência respiratória e problemas de deglutição, quando feito diagnóstico de Síndrome de Treacher-Collins. Sem alteração do desenvolvimento neuropsicomotor. Já submetida a três cirurgias plásticas em pavilhão auricular. Exame físico com alterações craniofaciais semelhantes a da paciente do caso 1. Audiometria revelava perda condutiva moderada bilateral com GAP de 50dB. Fez uso de vibrador ósseo de contato por três anos. Implante da BAHA realizado há sete meses, onde foi utilizado dermátomo para confecção do retalho cutâneo, com período de osteointegração completo. Sua audiometria com o BAHA demonstrou diminuição do GAP em 30dB.CONSIDERAÇÕES FINAIS: O BAHA é uma excelente ferramenta na reabilitação auditiva em pacientes com malformações da orelha externa e média.

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