Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-266

TÍTULO: ESTUDO DA ORELHA CONTRALATERAL NA OTITE MÉDIA CRÔNICA III: AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA

AUTOR(ES): SADY SELAIMEN DA COSTA , CRISTINA DORNELLES, DENIS LESSA, LETÍCIA PETERSEN SCHMIDT ROSITO, LUCIANA FICK SILVEIRA NETTO

INSTITUIÇÃO: SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

INTRODUÇÃO: Estudos prévios de nosso grupo encontraram, em estudo histológicos de ossos temporais humanos, 70% da orelha contralateral apresentavam alterações teciduais irreversíveis; em achados clínicos, 52% de comprometimento. Baseados nestes estudos acreditamos que a presença de otite média crônica, em uma orelha, além acarretar alterações histológicas e clínicas na orelha contralateral, também traga consigo maior probabilidade de encontrarmos alterações audiológicas bilaterais. OBJETIVO: Avaliar a função auditiva da orelha contralateral em pacientes com otite média crônica. ESTUDO: Transversal. MÉTODO: Otoendoscopia digital e audiometria tonal e vocal foram realizadas em ambas as orelhas de 1000 pacientes consecutivos diagnosticados como tendo otite média crônica. As audiometrias foram realizadas e registrados os dados das vias área e óssea nas freqüências de 500, 1000, 2000, 3000 e 4000Hz. Com estes dados foram calculados os gap aéreo-ósseo. Baseado no gap foi criada uma variável de três categorias: 0 a 14 dB; 15 a 29 dB; 30 dB ou mais. RESULTADOS: Em 40% dos pacientes, a orelha contralateral foi encontrada com gap aéreo-ósseo acima de 15 dBNa. CONCLUSÃO: Nossos resultados suportam a conclusão de que pacientes com otite média crônica, em uma das orelhas, têm uma grande chance de apresentar algum grau de patologia no lado contralateral. Nós acreditamos que nossos resultados sugerem que a otite média crônica deve ser idealmente não abordada como uma patologia estática, afetando uma orelha, mas sim como um processo em curso que podem afetar ambas as orelhas. 

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