Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-265

TÍTULO: ESTUDO DA ORELHA CONTRALATERAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À TIMPANOMASTOIDECTOMIA

AUTOR(ES): BRUNO BARROS PINTO BORGES , SÍLVIO DA SILVA CALDAS, JULIANA GUSMÃO DE ARAÚJO, MARIA DANTAS COSTA LIMA GODOY, EDUARDO JOSÉ ARCOVERDE DE SOUZA, DÉBORA BUNZEN MAYER

INSTITUIÇÃO: UFPE

INTRODUÇÃO: A otite média é definida como um processo inflamatório, infeccioso ou não, localizado focal ou generalizadamente na fenda auditiva. As possíveis conseqüências ao indivíduo decorrentes de suas complicações podem variar de uma perda auditiva funcional, reversível a primeiro instante, a complicações graves e mesmo fatais quando há extrapolação dos limites do osso temporal. De acordo com a teoria do continuun a otite média crônica seria o estágio final de um processo que passa por disfunção tubária e otite média serosa. Na literatura encontra-se alta taxa de prevalência da otite média com efusão bilateral, entre 54 a 76% dos casos, fazendo supor ser próximo o indicador para a otite média crônica. Partindo dessa lógica o presente estudo faz uma avaliação da otoscopia da orelha contralateral de pacientes com otite média crônica já desenvolvida, observando as alterações nela encontrada e também comparando os achados dessa otoscopia entre os pacientes com e sem colesteatoma.

OBJETIVO: O objetivo desse trabalho é descrever os achados da otoscopia contralateral (OCL) dos pacientes portadores de otite média crônica (OMC) e operados de timpanomastoidectomia no período de fevereiro de 2006 a janeiro de 2009, através de um estudo retrospectivo de seus prontuários, comparar os achados da orelha contralateral e avaliar a possível bilateralidade na patogênese da OMC com o resultado desses achados. 

METODOLOGIA: Esse estudo foi realizado através da análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia de Timpanomastoidectomia, no período de fevereiro de 2006 a janeiro de 2009. Os pacientes foram classificados como portadores de OMC NC ou OMC C, quando da ausência ou presença de colesteatoma na cirurgia, respectivamente. Os achados da otoscopia foram então classificados em: normal, retração de membrana timpânica, perfuração de membrana timpânica, colesteatoma, timpanoesclerose, neotímpano e efusão na orelha média. 

RESULTADOS: Foi observado uma baixa prevalência de alterações na OCL (36,2%) dos pacientes com OMC instalada e operados de timpanomastoidectomia. Quando avaliada a diferença da OCL nos pacientes com e sem colesteatoma encontramos uma taxa de normalidade de 48,4% nos pacientes com OMC NC e uma taxa ainda maior naqueles com OMC C (73,5%). Nossos achados sugerem não haver relação no processo de instalação da OMC entre as orelhas, contradizendo a maioria dos trabalhos que tratam desse assunto. 

CONCLUSÃO: Pacientes acometidos por OMC não apresentam achados na otoscopia da OCL que evidenciem uma associação importante entre as duas orelhas. Parece haver certa independência entre estas até mesmo quando o insulto inicial leva a formação do colesteatoma em uma das orelhas.

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