Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-254

TÍTULO: ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA DE ASSIMETRIAS DA VISÃO DE BASE DO NARIZ NA POPULAÇÃO GERAL – RESULTADOS PRELIMINARES

AUTOR(ES): ANA CAROLINA XAVIER OTTOLINE , GERALDO AUGUSTO GOMES, SHIRO TOMITA, CARLA FREIRE DE CASTRO-LIMA, DIOGO LACERDA PEREIRA DE MEDEIROS, ERIC VIEIRA LUNA MAYERHOFF

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO-UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INTRODUÇÃO: As assimetrias no formato da visão da base podem surgir como consequências de cirurgias nasais com finalidade estética ou funcional. De outro lado, pode ocorrer que a desproporção já existisse antes da cirurgia e que, portanto, não seja uma consequência daquele ato. Para a realização destes procedimentos, com finalidade estético/funcional sobre o nariz, é muito importante a documentação pré-operatória fotográfica e o minucioso reconhecimento dos elementos anatômicos, que são responsáveis pela desarmonia e/ou pela dificuldade respiratória. Não existem estudos que tenham estimado a ocorrência deste tipo de deformidade na população geral.

OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de assimetrias da visão de base do nariz na população geral; quantificar, entre os indivíduos portadores, quantos tinham conhecimento do fato.

 

MATERIAL E MÉTODO: Quarenta e três voluntários escolhidos aleatoriamente foram fotografados na visão de base do nariz. Um dos pesquisadores avaliava a fotografia, classificando o indivíduo como portador ou não de assimetria da visão da base. Quando assimetria da visão da base estava presente, um pesquisador exibia a imagem da fotografia para o indivíduo em questão, e perguntava se ele tinha conhecimento do fato.

 

RESULTADOS: Foram fotografados 43 indivíduos entre 13 e 70 anos de idade, com média de idade de 43,11 anos e moda de 56 (4 pacientes). Dezenove (44,19%) dos indivíduos fotografados apresentavam alguma assimetria da visão basal do nariz. Destes, apenas 4 (21,05%) indivíduos relataram ter conhecimento de que eram portadores de tal deformidade.

 

DISCUSSÃO: Esse estudo apontou uma prevalência considerável de assimetrias da visão de base (44,19%). Também mostrou que 78,95% dos seus portadores desconhecem a assimetria.

Do ponto de vista prático, esses dois dados alertam os cirurgiões a buscarem ativamente o reconhecimento destas assimetrias e discuti-las clara e amplamente, quando no tratamento do paciente existe uma proposta cirúrgica.

A não observância deste fato no pré-operatório pelo médico pode gerar controvérsias acerca de a deformidade ter sido ou não consequência do ato operatório. Diante de uma contestação legal sobre o nexo de causa entre uma cirurgia e a deformidade, a documentação pré-operatória com fotografia constitui o principal meio de defesa do profissional. 

 

CONCLUSÕES: Apesar de a assimetria da visão de base ser uma deformidade prevalente, a maior parte dos indivíduos que possuem tal alteração desconhece o fato. Isto pode acarretar questionamentos por parte do paciente se a assimetria foi consequência ou não do ato operatório. Diante disso, a documentação pré-operatória com fotografia da visão de base torna-se essencial nos casos em que o indivíduo será submetido a cirurgia nasal.

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