Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-252

TÍTULO: ESTESIONEUROBLASTOMA: A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO CIRÚRGICO AGRESSIVO

AUTOR(ES): ISELENA CLAUDINO BERNARDES , LORENA SOUSA OLIVEIRA, DOUGLAS HENRIQUE SANTIAGO DE OLIVEIRA, JAMACIR FERREIRA MOREIRA, FRANCISCO CRISTIANO SOARES MACENA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO

INTRODUÇÃO: Estesioneuroblastoma é uma rara neoplasia neuroepitelial que cresce do epitélio olfatório e ocupa cavidade nasal, podendo, invadir a base do crânio ou a órbita. Especula-se que represente cerca de 1-5% dos tumores da cavidade nasal e menos de 0,5% de todos os tumores malignos. Apresenta uma distribuição etária bimodal acometendo indivíduos entre 11 e 20 anos e entre 51 e 60 anos e não há predileção sexual. O quadro clínico é composto obstrução unilateral progressiva, rinórreia, epistaxe, cefaléia e outros sintomas de acordo com a invasão tumoral. O diagnóstico é feito por análise anatomopatológica e imunoistoquímica. O tratamento continua a ser uma questão de debate devido à infrequente ocorrência e variedade na atividade biológica deste tumor.

 OBJETIVO: Relatar um caso de estesioneuroblastoma diagnosticado e tratado no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CCP) do Hospital Napoleão Laureano (HNL), centro de referência no tratamento oncológico da cidade de João Pessoa – PB.

METODOLOGIA: Análise da história clínica e cirúrgica de uma paciente portadora de estesioneuroblastoma, além da revisão retrospectiva de seu prontuário.

RESULTADOS: Paciente feminino, 49 anos, parda, solteira, aposentada, natural e procedente de Aparecida-PB. Foi encaminhada ao ambulatório de CCP do HNL após ser tratada para sinusite por 18 meses. Queixava-se de rinorréia e obstrução nasal à esquerda, além de hiposmia. À rinoscopia anterior, presença de massa de crescimento progressivo em fossa nasal esquerda.  Tomografia computadorizada do crânio mostrou formação expansiva com densidade de partes moles, isodensa na fase pré-contraste sofrendo impregnação homogênea pelo contraste, ocupando a fossa nasal, células etomoidais e seio frontal à esquerda, com extensão craniana para lobo frontal (giro reto). Ressonância magnética do crânio não demonstrou alterações do parênquima cerebral, todavia verificou-se presença de lesão expansiva sólida que compromete a fossa nasal e seio etmoidal à esquerda com expansão intracraniana fronto-basal e inferiormente até o palato duro. Realizou-se biópsia cujo resultado anatomopatológico sugeriu neoplasia maligna indiferenciada de pequenas células redondas infiltrativa em mucosa nasal compatível com estesioneuroblastoma, posteriormente confirmado pelo exame imunoistoquímico. A paciente encontrava-se no Estadio C de Kadish. Optou-se pela ressecção do tumor seguida de complementação radioterápica. A paciente encontra-se em seguimento há um ano e meio, sem sinais de recidiva da doença.

CONCLUSÃO: O real estudo epidemiológico e terapêutico dessa doença é difícil de ser precisada, pois apenas 1.000 casos foram descritos na literatura. Entretanto, é imprescindível o conhecimento sobre o assunto, pois o atraso diagnóstico pode comprometer substancialmente a sobrevida do paciente. Ressalta-se ainda a importância de se avaliar a ressecabilidade da lesão tumoral a fim de optar por uma ressecção cirúrgica agressiva que possibilite a cura.

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