Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-251

TÍTULO: ESTESIONEUROBLASTOMA - TERAPIA COMBINADA

AUTOR(ES): LUCIANA MIEKO YAMASHITA , FÁBIO RAUEN MARTINELLI, DANILO NUNES GOSLING, HENRIQUE CANDEU PATRÍCIO, JOÃO PAULO ALMEIDA, BERNARD BERALDIN, ALEXANDRE FELIPPU NETO

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO FELIPPU

INTRODUÇÃO: O estesioneuroblastoma é um tumor maligno, raro, neuroectodérmico, originado do epitélio olfatório. Descrito pela primeira vez em 1924 por Berger e colaboradores, não apresenta predileção por sexo, mas é mais comum entre 10 e 20 anos e entre 50 e 60 anos. É uma patologia da base anterior do crânio, correspondendo de 4 a 6% dos tumores malignos dos seios paranasais. A sintomatologia é inespecífica e varia conforme o local e o grau de invasão. Geralmente, é diagnosticado em estágios avançados, sendo o sintoma mais comum a obstrução nasal, seguida de epistaxe, anosmia e cefaléia. O diagnóstico precisa ser confirmado por imunohistoquímica e o tratamento é a princípio cirúrgico com radioterapia associada e, menos comumente, quimioterapia.

Relato de Caso: R.H.M., 29 anos, sexo masculino, encaminhado ao nosso serviço após procedimento cirúrgico para biópsia de lesão nasal, que evoluiu com epistaxe intra-operatória severa. O paciente se encontrava em UTI, com tamponamento nasal bilateral e sob ventilação mecânica. Possuía história prévia de cefaléia, obstrução nasal, anosmia e epistaxe recorrente há cinco anos, com piora há quatro meses, evoluindo com sonolência e perda da consciência. A tomografia computadorizada dos seios da face apresentava lesão expansiva, ocupando a base anterior do crânio, envolvendo região frontal e etmoidal bilateralmente. Na ressonância magnética de crânio e seios paranasais, com contraste, evidenciou-se invasão intracraniana e um extenso cisto de aracnóide em hemisfério cerebral esquerdo.  A conduta optada pelo nosso serviço foi a de ressecção total da lesão por acesso combinado: endoscópico nasal e craniotomia. O paciente evoluiu bem, tendo alta da UTI no 2o dia pós-operatório. A última avaliação pós-operatória ocorreu 30 dias após o procedimento, com o paciente em bom estado geral, lúcido e orientado, sem maiores queixas. A imunohistoquímica apresentou aspecto histológico de neuroblastoma olfatório, positivo para cromogranina A e CD56. O paciente foi encaminhado o oncologista para realização de radioterapia.

DISCUSSÃO: Devido a raridade do estesioneuroblastoma, e sua sintomatologia inespecífica, comum a outras doenças de vias aéreas superiores, o mau prognóstico está associado ao diagnóstico tardio. No entanto, se diagnosticado precocemente e tratado com cirurgia associada à radioterapia, as chances de cura são boas. A tomografia computadorizada é um excelente exame para avaliação da relação do tumor com as estruturas ósseas nasais, a ressonância magnética melhor para as relações de invasão intracraniana e estes dois associados para melhor planejamento cirúrgico.  Existem muitas vias descritas para acesso a tumores de base anterior de crânio, sendo que no nosso serviço, temos excelentes resultados com cirurgia endoscópica endonasal, o que possibilita ressecção adequada do tumor por um cirurgião experiente.

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