Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-249

TÍTULO: ESTENOSE DE CONDUTO: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): MANUELLA SILVA MARTINS , PABLO PINILLOS MARAMBAIA, OTÁVIO MARAMBAIA DOS SANTOS DOS SANTOS, AMAURY DE MACHADO GOMES, ANA CAROLINA OLIVEIRA MENDONÇA, PATRÍCIA BRANDÃO PANTOJA, LÍLIAN LACERDA LEAL

INSTITUIÇÃO: INOOA

INTRODUÇÃO: Estenose do conduto auditivo externo (CAE) é definida como estreitamento total ou parcial da luz do CAE. É considerada uma entidade clínica rara, com prevalência de 0,6 casos por 100000 habitantes e o acometimento bilateral é ainda mais incomum. É decorrente de uma variedade de causas incluindo: infecções, traumas, tumores e inflamações. Apresenta maior incidência em pacientes do sexo feminino com média de idade de 46 anos e o principal sintoma é hipoacusia.

OBJETIVO: Descrever um caso de estenose bilateral de CAE em uma paciente do sexo feminino.

RELATO DE CASO: Paciente de 48 anos do sexo feminino procurou serviço de ORL com relato de hipoacusia progressiva em orelha esquerda há 05 anos associada à plenitude aural, zumbido bilateral. Relata história prévia de prurido e otorréia purulenta de repetição em orelha direita (OD) há 25 anos com melhora da otorréia há 10 anos, cursando desde então com hipoacusia progressiva ipsilateral. Ao exame apresentava estenose de CAE bilateral, impossibilitando a visualização da membrana timpânica, indolor ao toque. Na audiometria evidenciou-se perda auditiva mista bilateral, curvas timpanométricas tipo “B” e reflexos acústicos contra-laterais ausentes em ambas as orelhas. A tomografia computadoriza de mastóides evidenciou presença de imagem de densidade de partes moles ocupando o lúmen do CAE bilateralmente (fig.1A e 1B). Realizada cirurgia para correção da estenose em OD por acesso retroauricular e uso de enxerto de pele. Paciente evoluiu bem no pós-operatório sendo acompanhada por 03 meses sem sinais de reestenose.

DISCUSSÃO: O caso apresentado relata estenose de CAE bilateral, patologia rara, com incidência maior no sexo feminino. A causa mais comum de estenose de CAE é otite externa crônica. Nesta doença há infiltração de células inflamatórias, edema com posterior formação de tecido de granulação levando a estenose medial do CAE.  Outra causa comum é otite média supurativa persistente ou recorrente. Na presença de perfuração da membrana timpânica pode haver drenagem de material inflamatório para o CAE ocasionado fibrose e, com sua evolução uma estenose. Nos casos de estenose de CAE o tratamento de escolha é cirúrgico com ressecção completa da área estenosada. A retirada da estenose pode ser seguida de colocação ou não de enxerto cutâneo. Os defensores de retalho cutâneo argumentam que o CAE apresenta anatomia única e a presença de anexos cutâneos é importante para impedir infecção local. No caso relatado, foi optado por realizar a ressecção completa do tecido fibrosado e posterior colocação de enxerto. Após a cirurgia existe melhora da audição em média de 20 dB em 61% dos casos.

CONCLUSÃO: A estenose de CAE é uma patologia rara e seu acometimento bilateral é ainda mais incomum. Deve ser suspeitado em paciente com queixa de inflamações crônicas ou de repetição com relato de hipoacusia. O tratamento padrão-ouro é cirúrgico.

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