Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-248

TÍTULO: ESTENOSE CONGÊNITA DE ABERTURA PIRIFORME

AUTOR(ES): LILIANE SATOMI IKARI , WILSON LUIZ VALIM ZERBINATTI, ANA CAROLINA PARSEKIAN ARENAS, FELIPE ALMEIDA MENDES, HEDNALDO JOSÉ BASTOS, MARIA BEATRIZ NOGUEIRA PASCHOAL, SILVIO ANTÔNIO MONTEIRO MARONE

INSTITUIÇÃO: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO: Estenose congênita da abertura piriforme é uma causa rara de obstrução nasal em neonatos. Tendo como conseqüência grave a insuficiência respiratória neonatal. A ECAP tem sua importância no diagnóstico diferencial de causas de obstrução nasal congênita.

OBJETIVO: Relatar um caso de estenose congênita de abertura piriforme com atresia coanal á direita e meningoencefalocele.

RELATO DE CASO: WPR, masculino, criança nascida a termo. Apresentou ao nascimento diagnostico  de atresia de coana á direita permanecendo 3 dias sob IOT com um total de 32 dias internado na UTINEO. Nessa internação teve um episódio de crise convulsiva, tratou quadro de BCP e apresentou no 8° dia de vida estridor laríngeo no serviço o qual nasceu. Deu entrada no PSI com 1 mês e 20 dias de vida em REG, MV presente com presença de roncos e sibilos esparsos, retração de fúrcula, tiragem intercostal e subcostal, sat de O2 de 99%, ausência de sopros e cianose. À rinoscopia anterior obstrução importante bilateral e coriza hialina, com RX de Tórax, exames laboratoriais e gasometria arterial dentro da normalidade. Foi intubado e deu entrada na UTI.

Foi solicitado avaliação da equipe de Otorrinolaringologia que constatou na TC de seios da face, velamento do seio maxilar a direita, desvio da região posterior do septo nasal a direita, estreitando a coluna aérea adjacente. Fina formação tecidual com densidade de partes moles em continuidade com a extremidade posterior do septo nasal, estendendo-se por todo o diâmetro latero- lateral da coana direita inferindo a possibilidade de atresia coanal membranosa, aparente redução do calibre da região piriforme nasal. Meningoencefalocele á direita.

Devido á evidência da meningoencefalocele foi solicitado RM de crânio que constatou deiscência das laminas ósseas cribiformes com insinuação dos giros retos e folhetos durais, de forma discreta, sem configuração de importante encefalocele. Redução das colunas aéreas entre as estruturas nasais obliterando á direita.

Paciente foi submetido á cirugia para correção de estenose de abertura piriforme e de atresia de coana com 2 meses e 19 dias, através do acesso sublabial com incisão de mucosa jugal anterior de 3 cm, foi descolado maxila até abertura piriforme. Realizado broqueamento de abertura piriforme preservando mucosa nasal. Realizado correção de atresia de coana á direita e colocado sonda em fossa nasal direita e fixado em septo columelar e realizado sutura de mucosa jugal. Paciente permaneceu intubado até o 4° dia de pós operatório , no 25° dia houve a saída da sonda em fossa nasal e no 26° fez- se a retirada da sonda orogástrica e paciente não apresentou desconforto respiratório e teve boa aceitação da dieta.

Paciente em acompanhamento pela equipe da otorrinolaringologia com boa evolução.

DISCUSSÃO: Como em casos já relatados o RN apresentava quadro de dispnéia, cianose e apnéia desde o nascimento, foi realizado diagnóstico de ECAP e atresia coanal unilateral através do exame tomográfico. Paciente foi submetido a tratamento cirúrgico com acesso sublabial, como descrito na literatura, apresentando boa evolução.

CONCLUSÃO: Ressaltar a importância de elaborar dignósticos diferenciais em casos de obstrução nasal em neonatos, apesar da ECAP ser um patologia rara, mas que pode causar conseqüências severas.

Fechar