Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-247

TÍTULO: ESPOROTRICOSE NASAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): SILVIO BENATTI NETO , ANA CRISTINA DA COSTA MARTINS, MARCELO RODZANDISK LIRA, JAIR CARVALHO E CASTRO

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO RIO DE JANEIRO

OBJETIVO:

Demonstrar um caso de esporotricose em pirâmide nasal.

RELATO DE CASO:

Paciente, 18 anos, masculino, negro, estudante, natural e residente do Rio de Janeiro. Procurou auxilio médico na Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, pois estava com abscesso em dorso nasal após trauma, com evolução de mais de um mês tendo feito uso de frademicina, cefalexina, benzetacil, drenagem, pomadas e antiinflamatórios sem melhora. Ao exame endoscópico nasal evidenciou-se mucosa nasal integra sem lesão sendo o abscesso restrito a pele da columela, ponta nasal e região de filtro de nariz. Foram realizados para elucidação diagnóstica além do raspado da lesão para exame micológico, sorologia para esporotricose.

Após um mês a lesão nasal evoluiu com linfadenomegalia em região submentoniana e lesão gomosa em região de sulco nasogeniano esquerdo. O exame sorológico revelou-se forte reator e o raspado da lesão positivo para esporotricose. Diante do quadro foi sugerido pela Dermatologia tratamento com itraconazol 100mg/dia, por 30 dias.

O paciente apresentou involução das lesões, mas com aspecto cicatricial hipertrófico, sendo indicado à continuidade do tratamento por mais 30 dias de itraconazol com cicatrização total da lesão em região nasal, no entanto, foi observado linfadenomegalia volumosa em região submentoniana, com isso, manteve-se o tratamento até a regressão total das lesões, com duração total de 90 dias de tratamento.

 

MÉTODOS:

Avaliação clínica, biópsia e exames complementares.

 

DISCUSSÃO

A esporotricose é uma doença infecciosa com características polimórficas, provocada por um fungo dimórfico, Sporothrix schenckii, é geralmente encontrado em árvores, arbustos, vegetação em decomposição e no solo. É comum em países em desenvolvimento e pode acometer o homem, animais selvagens e domésticos como o gato e o cão (3). Pode ocorrer em qualquer idade (3), porém crianças são mais suscetíveis ao contágio (5), que ocorre geralmente após um trauma (4). Face e membros são as regiões mais comuns de aparecimento das lesões (3,5). A forma linfacutânea é a mais comum (1,3,5), mas ainda temos a forma cutânea, pulmonar, osteoarticular, meningeal e disseminada. Como no caso acima relatado, os profissionais da área de saúde devem excluir sífilis, tuberculose cutânea, leishmaniose e paracoccidioidomicose como diagnósticos diferenciais. O tratamento de escolha é o itraconazol (1,2), mas também pode ser utilizado iodeto de potássio, fluconazol e terbinafina. (1,2,3,5).

 

CONCLUSÃO:

Mediante a presença de microabscessos nasais, que podem ser causados também por micobactérias atípicas, deve-se incluir a investigação clínica para fungos como a esporotricose.

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