Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-242

TÍTULO: EPISTAXE SEVERA POR PSEUDOANEURISMA DE ARTÉRIA MAXILAR (PAM): UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA E POTENCIALMENTE LETAL.

AUTOR(ES): RENATO TADAO ISHIE , SILVIO MONTEIRO MARONE, OTÁVIO BÓRIO DODE, BERNARDO CAMPOS FARIA, TARCÍSIO AGUIAR LINHARES FILHO, RENATA LOPES MORI, ELDER YOSHIMITSU GOTO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SANTA MARCELINA

INTRODUÇÃO:

A epistaxe é uma afecção comum na prática otorrinolaringológica, porém somente 6% dos pacientes necessitarão de atendimento médico. A hemorragia pode determinar conseqüências mórbidas ou até fatais.

Tratamentos como compressão local e tamponamento nasal são suficientes na maioria dos casos. Nos refratários são necessárias medidas como: cauterização, ligadura arterial e angiografia com embolização.

Este artigo visa discutir o manejo da epistaxe tardia por formação de PAM após ferimento por arma de fogo.

RELATO DE CASO:

ADSS, 16 anos, vítima de ferimento por arma de fogo, com orifício de entrada em região pré-auricular direita e saída em região maxilar esquerda. Um mês após o trauma, evoluiu com epistaxe discreta e intermitente por fossa nasal esquerda.

Realizado tamponamento nasal anterior em fossa nasal esquerda.  Quarenta e oito horas após, na retirada do tampão, evoluiu com epistaxe severa e choque hipovolêmico, sendo submetido a tamponamento nasal anteroposterior e estabilizado hemodinamicamente.  Foi submetido à arteriografia, sendo evidenciado a formação do pseudoaneurisma com subseqüente embolização de PAM esquerda com cola cianoacrilato.  O paciente segue em acompanhamento ambulatorial, sem recorrência de epistaxe.

DISCUSSÃO:

A epistaxe é uma afecçcão comum na prática otorrinolaringológica e, se recorrente ou intensa, pode determinar conseqüências mórbidas ou até mesmo fatais. No paciente com  epistaxe posterior severa e história de trauma craniano deve ser considerada a presença de lesões vasculares como pseudoaneurisma arterial. Epistaxes tardias após trauma devido à lesões vasculares podem ser sérias complicações de traumas fechados ou penetrantes. Pseudoauneurismas são causados por ruptura de todas camadas de um vaso com extravasamento de sangue para o tecido adjacente, sendo contido por um hematoma pulsátil. 

Os PAM são raros e  graves, devendo sempre ser lembrados nos casos de epistaxe tardia. 

Os vasos mais acometidos em ferimentos por arma de fogo na região de cabeça e pescoço incluem: a. vertebral, carótida interna, facial, temporal superficial, meníngea média e maxilar interna, que é o vaso menos acometido  com poucos casos descritos.

A angiografia é o método diagnóstico padrão ouro, podendo detectar vasos anômalos, pseudoaneurismas, malformações arteriovenosas e localizar o ponto de sangramento. 

PAM pode levar a complicações e manifestações clínicas como hemorragia potencialmente letal, compressão arterial ou nervosa, eventos tromboembólicos  e massa pulsátil .

Estudos mostraram que 89% dos pseudoaneurismas não tratados se resolvem espontaneamente em 5 a 90 dias .

A utilização da embolização arterial percutânea no tratamento da epistaxe é considerada o tratamento de primeira linha  para  pseudoaneurismas e fístulas arterio-venosas na região de cabeça e pescoço.  A taxa de sucesso da embolização varia de 70% a 100% . 

CONCLUSÃO:

PAM é uma patologia rara e uma das causas de epistaxe pontencialmente letal. Apesar disso, o diagnóstico é simples e a abordagem terapêutica, através da radiologia intervencionista, apresenta-se como alternativa eficaz e segura no manejo desta entidade.

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