Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-215

TÍTULO: DISPLASIA DA ORELHA INTERNA ASSOCIADO À OTITE MÉDIA CRÔNICA

AUTOR(ES): SILVIA MARA TASSO , DENISE MOREIRA PEREIRA COSTA, RUBENS RIBEIRO DA COSTA JÚNIOR, DENISE DE TOLEDO E CARDOSO, MOISÉS FRANKLIN ALVES, DIOGO VASCONCELOS SILVA, MARUSKA D'APARECIDA SANTOS

INSTITUIÇÃO: SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO HC DA FCM DE POUSO ALEGRE – UNIVAS (MG)

INTRODUÇÃO: Disacusia significa distúrbio da audição, podendo ser neurossensorial, condutivo ou misto. A disacusia neurossensorial ocorre quando há alteração na orelha interna, podendo ser adquirida ou congênita. A disacusia adquirida ocorre devido a trauma externo ou por lesões no órgão de Corti, no nervo auditivo, nos núcleos bulbares ou nas vias auditivas centrais. A disacusia congênita ocorre por alterações estruturais ocorridas durante o desenvolvimento embrionário, podendo se apresentar de diversas formas¹. As malformações da orelha interna afetam aproximadamente 20% dos pacientes com surdez congênita do tipo neurossensorial, sendo que, em cerca de 50% destes, estão envolvidos mecanismos genéticos. Subotic et al (1978) dividem a surdez neurossensorial congênita em dois grandes grupos: alterações no labirinto ósseo e membranoso ou afecções restritas ao labirinto membranoso. No primeiro grupo situam-se as malformações congênitas da orelha interna e existem diversas formas propostas para classificá-las. Aqueles autores as subdividem em dois tipos: Ausência da orelha interna (Michel). Anomalias da cóclea, resultantes de aplasia do modíolo (Mondini)². Porém a maioria das publicações as classifica em Michel, Mondini, Scheibe e Alexander. RELATO DO CASO: IMSC, 12 anos, natural e residente em Senador Amaral - MG procurou o serviço com queixa de hipoacusia e otorréia crônica à esquerda desde a primeira infância. Negava sintomas vestibulares, alterações na orelha direita e também complicações perinatais, trauma otológico ou uso de medicações ototóxicas. Ao exame físico apresentava perfuração timpânica central e ampla à esquerda. O restante do exame físico era normal. O audiograma mostrou audição normal à direita e anacusia à esquerda. A TC do ouvido evidenciou hipoplasia da orelha interna esquerda, com VII e VIII pares cranianos normais, porém cóclea hipoplásica, classificando o caso como displasia de Mondini. A paciente foi submetida à timpanoplastia esquerda sem complicações, porém mantendo o mesmo padrão audiológico. DISCUSSÃO: Na prática otorrinolaringológica é muito comum encontrarmos pacientes com OMC, o que leva à perda auditiva de leve a moderada, podendo ser condutiva ou mista. Porém quando nos deparamos com uma perda neurossensorial de moderada a profunda, com audição contralateral normal, podem existir outras causas associadas. Observamos então, a necessidade da triagem auditiva neonatal e da orientação quanto à proteção auditiva da orelha sadia. Optamos pela timpanoplastia neste caso com a finalidade de evitar os quadros de otorréia e não de melhora da qualidade auditiva, já que a alteração anatômica existente torna inviável a audição nesta orelha.

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