Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-212

TÍTULO: DISFAGIA NO IDOSO: AVALIAÇÃO ESTRUTURAL ORAL EM PACIENTES INSTITUCIONALIZADOS E EM NÃO INSTITUCIONALIZADOS

AUTOR(ES): TIAGO PAGANUCCI LODI, SULENE PIRANA, EVELIN TESSER, CAMILA SHINKAWA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, a expectativa  de vida mundial tem aumentado, o que significa um crescimento da população idosa, definida pela OMS como sendo os indivíduos com idade superior a 60 anos, nos países em desenvolvimento. Estima-se que 70% a 90% dos indivíduos desta faixa etária apresentem algum distúrbio da deglutição.A primeira fase da deglutição, a fase oral preparatória, envolve a preparação e modelamento do bolo através da mastigação e mistura com a saliva, dependendo assim da integridade das estruturas orais.

OBJETIVO: O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estudar e comparar alguns aspectos estruturais orais em idosos institucionalizados e não-institucionalizados e, dentro deste último grupo, comparar a incidência da afecção nos idosos economicamente inativos e nos ativos.

METODOLOGIA: Foram avaliados  150 voluntários com mais de 60 anos, sendo que, 50 destes encontravam-se institucionalizados (grupo A), 50 não-institucionalizados e economicamente inativos(grupo B)  e outros 50 não institucionalizados e economicamente ativos(grupo C).  Ambos os grupos apresentavam composição semelhante, sendo 60% feminino.Foram avaliados: conservação dentária, utilização de prótese dentária, oclusão dentária, higiene oral, produção de saliva e presença de ulcerações.

RESULTADOS: Tiveram diferenças estatisticamente significantes a um nível de 10% as variáveis: conservação dentária, utilização de prótese dentária, oclusão dentária, higiene oral e produção de saliva.Quanto à conservação dentária, no grupo A 44% dos indivíduos apresentaram bom estado, 50% regular e 6% mau estado. No grupo B 70% dos indivíduos apresentaram  bom estado, 23% regular e 7% mau estado. No grupo C 92% dos indivíduos apresentaram bom estado, 8% regular e nenhum mau estado.Quanto à utilização de prótese dentária, no grupo A e no B 84% faziam uso e 16% não. No grupo C 92% faziam uso e apenas 8% não.Quanto à oclusão dentária, no grupo A 66% apresentava adequada e 34% inadequada, no grupo B 76% adequada e 24% inadequada e, no grupo C 90% adequada e 10% inadequada. Quanto à higiene oral, no grupo A 12% apresentava adequada e 88% inadequada, no grupo B 96% adequada e 4% inadequada e, no grupo C 92% adequada e 8% inadequada.Quanto à produção salivar, no grupo A 76% apresentou-se normal, 10% com xerostomia e 14% com sialorréia, No grupo B os percentis foram 94%, 2% e 4% respectivamente. No grupo C 84% estava normal, nenhum indivíduo com xerostomia e 16% com sialorréia.Quanto à incidência de ulcerações intra-orais, variou de 4 a 12% sem diferença estatisticamente significante entre os grupos.

CONCLUSÕES: Ao analisar estruturalmente as condições gerais da cavidade oral de cada grupo, constatou-se que o grupo de idosos institucionalizados apresentou os piores índices nas variáveis avaliadas com exceção de ulceração oral.As condições estruturais melhoram nos idosos não institucionalizados e são ainda melhores nos economicamente ativos. Podemos inferir uma relação positiva entre condição geral de saúde e situação econômica com o estado das estruturas orais avaliadas.

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