Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-211

TÍTULO: DIMINUINDO A MORBIDADE DA CIRURGIA ONCOLÓGICA CRÂNIOFACIAL ATRAVÉS DO USO DE PRÓTESE

AUTOR(ES): DAVID RIBEIRO BIRNFELD , EDUARDO MÜLLER AÑEZ, NÉDIO STEFFEN, HEITOR RIBEIRO BIRNFELD, LUIZ AUGUSTO COSTA PAIM, GUILHERME FRITSCHER, DAVID PONCIANO DE SENA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SÃO LUCAS - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

INTRODUÇÃO: A prótese facial tem por objetivos restaurar estética, função, proteção de tecidos e auxiliar no aspecto psicossocial. Para tanto requer atuação transdisciplinar entre diversas áreas da medicina, odontologia além de outras, como fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. A prótese repara artificialmente o volume e aparência dos tecidos musculares, cutâneos e esqueléticos devolvendo ao paciente um mínimo de função estética, convivência e autoestima. A maior causa de perdas de tecidos faciais são traumas, neoplasias e malformações congênitas. O método de reparo leva em consideração o sítio, tamanho, etiologia, severidade, faixa etária e motivação do paciente. Assim sendo, na impossibilidade ou contra indicação do reparo plástico cirúrgico, da necessidade de radioterapia e quimioterapia prévia ao reparo utiliza-se a prótese facial como tratamento definitivo ou transitório. Muitos estudos indicam que o paciente com deformidade facial possue elevado nível de estresse, limitações físicas, distúrbios de imagem corporal e incapacidade de relacionamento. Tal método de reparo torna-se muito importante para o tratamento, pois devolve a autoestima e reintegra o paciente à sociedade.

RELATO DE CASO: M.O.L., 31 anos, feminina, industriária, procedente do interior gaúcho, internou no Hospital São Lucas (PUCRS) por tumoração úlcero-infiltrativa na região dorsal do nariz. Evolução clínica de 8 meses associada à dor progressiva. Realizou tomografia computadorizada contrastada dos seios da face que mostrou volumosa formação expansiva no dorso nasal, impregnada ao contraste, estendendo-se inferiormente à espinha nasal inferior e superiormente ao bordo ântero-inferior do seio frontal. Obliterava bilateralmente a porção superior das narinas e fazia contato com as partes moles dos sulcos naso-orbitários, sem sinais evidentes de invasão da cavidade orbitária. À direita parecia existir extensão da lesão para a região da pálpebra inferior. A face posterior estava em contato com os limites ósseos que mostravam irregularidade nos seus contornos, não se podendo excluir infiltração focal. Estadiamento clínico T4N0M0. Realizou biópsia com diagnóstico de carcinoma epidermóide invasor. Ressecção envolveu o nariz, pele, e tecidos moles de região interorbitária, parte do osso frontal, ossos e cartilagens da cavidade nasal posterior, medindo 8.8 X 5.8 X 4.8 cm. Anátomo-patológico com margens cirúrgicas livres. Realizou radioterapia adjuvante. Foi encaminhada à reabilitação de prótese facial, enquanto aguarda cirurgia reconstrutiva.

CONCLUSÃO: Através da prótese intermediária feita de silicone mecanicamente sustentada por um óculos, a paciente relatou uma melhora subjetiva em sua vida social de 80%. O custo final da reabilitação alcançou 500 reais em material, e aproximadamente 20 horas de trabalho. Em virtude da demanda reprimida de cirurgias reconstrutivas este método torna-se uma alternativa qualificada, de baixo custo e de boa aceitabilidade por parte dos pacientes.

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