Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-210

TÍTULO: DIMENSÕES E PRESSÃO INTRALUMINAL DA TRANSIÇÃO FARINGOESOFÁGICA EM LARINGECTOMIZADOS TOTAIS COM PRÓTESE TRAQUEOESOFÁGICA

AUTOR(ES): HILTON MARCOS ALVES RICZ , TELMA KIOKO TAKESHITA, HENRIQUE CERETTA ZOZOLOTTO, ROBERTO OLIVEIRA DANTAS, LÍLIAN AGUIAR-RICZ

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: A prótese traqueoesofágica (PTE) tem sido o método de escolha dentre as formas de comunicação alaríngea existentes, pois, promove uma convincente opção de reabilitação. Apesar das taxas de sucesso ser evidentes e prevalecerem, há também considerável casos de insucesso, cujas causas e razões não estão claramente definidas. O conhecimento anatomofisiológico da transição faringoesofágica (TFE) pode proporcionar a constatação de fatores preditivos para a comunicação alaríngea e estabelecer procedimentos e critérios refinados para melhor caracterização dos indivíduos falantes com a PTE.

OBJETIVO: relacionar dimensões e pressão intraluminal da transição faringoesofágica de laringectomizados totais com prótese traqueoesofágica.

METODOLOGIA: participaram do estudo 20 laringectomizados totais com inserção secundária da prótese traqueoesofágica (Provox®, Atos Medical AB), sendo 17 homens e três mulheres, com idade média de 61 anos e sete meses, submetidos à laringectomia total clássica. Todos os pacientes foram submetidos à manometria para avaliação da pressão intraluminal da transição faringoesofágica no repouso e durante a emissão prolongada da vogal “a”. Posteriormente, foi realizada a videofluoroscopia, sendo primeiramente orientado o paciente que deglutisse 20mL de sulfato de bário visando a identificação das estruturas anatômicas, para em seguida emitir por três vezes a vogal prolongada “a”. Selecionaram-se dois quadros do exame videofluoroscópico, no repouso e durante a fonação, cujas dimensões foram avaliadas por três expertos, por meio de um programa computadorizado. As dimensões da TFE mensuradas foram: distância ântero-posterior entre a proeminência da transição faringoesofágica e a parede anterior da faringe em repouso e durante a fonação (PTFE-PAF); distância ântero-posterior entre a proeminência da transição faringoesofágica e a parede posterior da faringe (PTFE-PPF); comprimento longitudinal da transição faringoesofágica no repouso e durante a fonação (CLTFE).

RESULTADOS: durante a fonação, a pressão intraluminal média obtida foi de 38,1mmHg, e de 13,83mmHg no repouso. Dimensões de PTFE-PAF e de PTFE-PPF foram respectivamente, 4,73mm e 14,31mm (repouso) e 5,22mm e 18,56mm (fonação). No repouso, CLTFE foi de 12,55mm e 10,46mm durante a fonação. Durante a fonação, houve correlação positiva entre PTFE-PAF e amplitude de pressão intraluminal (0,41) da transição faringoesofágica. Correlações inversas foram constatadas entre CLTFE e amplitude de pressão (-0,27) no repouso, e entre PTFE-PPF e amplitude de pressão, durante a fonação (-0,24).

CONCLUSÃO: As amplitudes de pressão e as dimensões PTFE-PPF e CLTFE da transição faringoesofágica apresentaram diferença significante, considerando-se as condições de repouso e de fonação e quanto maior a distância entre a proeminência faringoesofágica e a parede anterior da faringe, maior a amplitude de pressão durante a fonação.

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