Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-207

TÍTULO: DIAFRAGMA SUBGLÓTICO CONGÊNITO: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): RENATA SANTOS BITTENCOURT SILVA , DANIEL JAROVSKY, RICARDO JUNCHEN CHI, LUCAS BEVILACQUA ALVES DA COSTA, VANESSA SALVIA, MARCO ANTÔNIO DOS ANJOS CORVO, CLAUDIA ALESSANDRA ECKLEY

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: Nos recém-nascidos e lactentes as anomalias congênitas das vias aéreas representam a maior causa de estridor, destacando-se, entre estas, a laringomalácia, considerada a principal causa de estridor na infância. Outras malformações congênitas da laringe que cursam com estridor são a atresia laríngea, a membrana ou diafragma laríngeo, os cistos, a estenose subglótica. Frente a uma criança com estridor, a avaliação clínica deve ser precoce para determinar a gravidade do caso, levando-se em consideração o grau de desconforto respiratório. A estenose subglótica (ES) pode ser congênita ou adquirida. A congênita está ligada a uma falha na recanalização do lúmen laríngeo durante o envolvimento embrionário. A sintomatologia pode não se manifestar até que haja alguma situação desencadeante. A maioria dos casos surge após infecções do trato respiratório, mas também após períodos de intubação prolongada. RELATO DE CASO: Paciente L.S.Q, masculino, 4 meses de vida, oriental, apresentou-se no serviço de urgências pediátricas com quadro de tosse, coriza e cansaço respiratório há dois dias.  Ao exame inicial apresentava freqüência cardíaca de 110 batimentos por minuto e respiratória de 58 incursões por minuto, com retrações subcostais e estridor tanto inspiratório quanto expiratório à respiração, com saturação de O2 de 91% em ar ambiente. Mãe referia alta hospitalar há então sete dias, após período de quinze dias de internação em outro serviço por quadro de bronquiolite complicada- durante esta internação prévia, o paciente havia necessitado de intubação orotraqueal por sete dias. Realizada nasofibrolaringoscopia, que evidenciou a presença de membrana subglótica fina, com orifício central arredondado de aproximadamente 2,5mm. Foi submetido a uma sessão de dilatação endoscópica com rompimento da membrana com sondas números 12 a 16, apresentando-se facilmente transponível ao aparelho de 4,2 mm e com discreto sangramento com correção da lesão laríngea e evoluindo com melhora do padrão respiratório e do estridor, recebendo alta do Serviço. Após revisões endoscópicas e nasofibrolaringoscópicas sete e nove dias após, respectivamente, não foram evidenciadas estruturas residuais da membrana subglótea. DISCUSSÃO: As membranas laríngeas são finas formações translúcidas decorrentes de falha na recanalização do lúmem laríngeo durante a fase embrionária. Sua incidência foi estimada em 1 a cada 10.000 nascidos vivos. Setenta e cinco por cento das membranas laríngeas se situam ao nível das pregas vocais, sendo o restante sub ou supra-glótico. A maioria das membranas laríngeas se situa anteriormente entre as pregas vocais e somente 1 a 2% se localiza posteriormente. O diafragma laríngeo é a persistência de uma membrana horizontal entre as pregas vocais, podendo formar um véu supra ou subglótico. Quando o orifício é central e reduzido chama- se diafragma, e se restrito à porção anterior ou mediana, chama- se membrana. A característica principal do quadro clínico é a disfonia, associada a estridor ou dispnéia, dependendo da extensão da lesão. Como as estenoses laríngeas têm baixa incidência e são encontradas principalmente em hospitais com nível terciário de atendimento, existem grandes dificuldades diagnósticas e terapêuticas na evolução dos casos, inclusive com índices muito variáveis de sucesso pós-operatório. Os principais objetivos do tratamento devem ser sempre a manutenção da via aérea pérvea, com obtenção de voz aceitável e laringe competente que evite aspirações.

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