Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-206

TÍTULO: DIA MUNDIAL DA VOZ: DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES VIDEOLARINGOLÓGICA, AUDITIVO-ACÚSTICA E DE QUALIDADE DE VIDA

AUTOR(ES): DENILSON STORCK FOMIN , CÉSAR AUGUSTO SIMÕES, ALESSANDRA CRISTINA DOS SANTOS FORNARI, THAÍS MARIA PASTORELLI RODRIGUES, LEYLANNE FERNANDA CARNEIRO DE ROBERTIS, ROBERTO NAVARRO MORALES JÚNIOR, SANDRA MARIA PELA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO – HOSPITAL MUNICIPAL DR. MOYSÉS DEUSTCH / M’BOI MIRIM

INTRODUÇÃO: A voz humana tem se tornado cada vez mais objeto de estudo de especialistas, principalmente pelo grande aumento dos distúrbios relacionados ao uso pessoal e profissional. Sabe-se que o Brasil tem uma das maiores incidências de câncer de laringe no mundo. A divulgação e realização de campanhas têm efetivamente auxiliado na orientação de cuidados e prevenção destes distúrbios. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi descrever os resultados das avaliações videolaringológicas, perceptivo-auditiva e acústica e de qualidade de vida na triagem vocal. Material e Método: Foram utilizados três protocolos de triagem vocal: avaliação videolaringoscópica (nasofibroscópio flexível e/ou telelaringoscópio rígido), perceptivo-auditiva e acústica (GRBASI, pitch, loudness, ressonância, CPF, TMF, freqüência fundamental, jitter, shimmer, irregularidade, GNE), e questionário de qualidade de vida e voz (QVV = Protocolo de Qualidade de Vida Relacionada à Voz). Participaram deste estudo 16 indivíduos que procuraram o atendimento da Campanha Nacional de Voz realizada no Dia 16 de Abril de 2010 em um hospital municipal em parceria com uma instituição de ensino superior privado. RESULTADOS: Do total de indivíduos que procuraram o atendimento, 11 (69%) eram mulheres e 5 (31%) homens, entre 21 e 81 anos, com média de 39 anos. Destes, 12 (75%) indivíduos relataram queixas relacionadas à voz, 2 (12%) sem queixa específica e 2 (12%) com queixa relacionada à fluência de fala. Com relação às queixas relacionadas à voz, 10 (62,5%) indivíduos tinham queixas com características auditivas (rouquidão, falhas, redução de loudness) e 8 (50%) apresentavam características proprioceptivas (fadiga, dor e/ou incômodo após o uso da voz). As principais alterações laríngeas (31%) foram cisto, paralisia e paresia de prega vocal e edema interaritenoídeo. Sete indivíduos (44%) não apresentaram lesões e quatro (25%) foram encaminhados para realização laringológica a posteriori. Da avaliação perceptivo-auditiva e acústica, 11 (69%) indivíduos apresentaram alterações do comportamento vocal. Ao responderem o questionário, a porcentagem destes indivíduos que apresentou um escore próximo aos valores de referência para indivíduos disfônicos foi de 54% para o escore físico (de 50 a 79,1), 18% para o escore sócio-emocional (68,75 a 75) e 27% para o escore total (67,5 a 77,5). CONCLUSÃO: A associação dos três tipos de avaliações demonstrou ser um conjunto de instrumentos prático em triagem de campanhas de saúde vocal com a possibilidade da realização de orientações mais efetivas no momento da triagem e de um encaminhamento mais preciso para o tratamento necessário.

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