Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-204

TÍTULO: DESEMPENHO DO PROCESSAMENTO TEMPORAL EM INDIVÍDUOS CEGOS

AUTOR(ES): MARIANA DE CARVALHO LEAL GOUVEIA , LUDMILLA VILAS BOAS, LÍLIAN MUNIZ, SILVIO DA SILVA CALDAS NETO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

INTRODUÇÃO: Os indivíduos cegos, por não perceberem o estímulo visual, acabam desenvolvendo melhor outras habilidades, como a habilidade auditiva. A audição acaba exercendo um papel importantíssimo no desenvolvimento e adaptação social desde o início da vida. Acredita-se que é necessário uma adequada da estimulação auditiva para que crianças e mesmo adultos cegos possam desenvolver-se melhor socialmente, conseqüentemente, faz-se necessário um maior cuidado com esse sentido, assim como o seu melhor conhecimento. Objetivos: Avaliar o desempenho do processamento temporal de cegos; caracterizar a habilidade de resolução temporal segundo tempo e freqüência, usando o teste de detecção de Intervalos aleatórios (Random Gap Detection Test - RGDT), em sua versão original e expandida; caracterizar a habilidade de ordenação temporal usando o teste de padrão de duração; caracterizar a ordenação temporal de cegos usando o teste de padrão de freqüência e comparar o desempenho da população estudada para os testes de processamento aplicados. Material e Método: Este estudo foi realizado em uma clínica-escola de Fonoaudiologia de uma Universidade privada, localizada na cidade do Recife e participaram dele quinze adultos cegos, de ambos os sexos. A pesquisa foi do tipo transversal, tendo sido realizada em um período de dois meses e foi aprovada pelo Comitê de Ética do HEMOPE sob nº 003/2008. Para a coleta de dados usou-se o RGDT em suas duas versões e os testes de padrão de duração (TPD) e de freqüência (TPF). Os dados obtidos foram analisados com técnicas de estatística descritiva. RESULTADOS: Foi evidenciadoexcelente desempenho para o processamento temporal, média de 4,98 para o limiar composto na versão original do RGDT e 50 ms de reposta para todas as frequências na versão expandida. Os resultados do TPD e TPF variaram de 95 a 100% de acertos. Não houve diferença quantitativa quando comparados os testes avaliados, mas relatos verbais apontam o RGDT original como o mais difícil. CONCLUSÃO: A amostra avaliada apresentou bom desempenho do processamento temporal, bom desempenho para as habilidades de resolução temporal e ordenação temporal e que o RGDT na sua versão original parece ser mais difícil que os demais, muito embora não tenha havido diferença no desempenho dos sujeitos para os testes utilizados.

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