Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-198

TÍTULO: DACRIOCISTORRINOSTOMIA ENDOSCÓPICA: ANÁLISE DE 71 CASOS

AUTOR(ES): GABRIELE LEAO STRALIOTTO , CARLOS ROBERTO BALLIN, LUIZA RODRIGUES CAFFARATE, YARA ALVES DE MORAES DO AMARAL, GABRIEL GONÇALVES DIAS, SYLVIA DE FIGUEIREDO JACOMASSI, EDUARDO VIEIRA COUTO

INSTITUIÇÃO: IMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA

Introdução

A dacriocistorrinostomia (DCR) é um procedimento que consiste em criar uma anastomose entre o saco lacrimal e a cavidade nasal e tem sido utilizado como tratamento de escolha para os casos de obstrução distal do sistema lacrimal. As obstruções baixas são mais freqüentes, atribuídas, em aproximadamente 75% dos casos, a causa idiopática. Há maior incidência em mulheres da quinta e sexta décadas de vida, da raça branca. Os sintomas incluem epífora, infecções recorrentes de saco lacrimal, drenagem crônica de secreção purulenta pelos pontos lacrimais e fistulização cutânea.

Algumas vantagens da via de acesso endonasal são: ausência de cicatriz cutânea, impossibilidade de lesão anatômica das estruturas do canto medial, redução do tempo cirúrgico, melhor hemostasia per-operatória, possibilidade de realização em vigência de processo agudo.

Objetivos

Analisar uma série de casos de pacientes submetidos a DCR por via endoscópica nasal, prevalência de idade, sexo, queixas, complicações e recidivas.

Materiais e métodos

Foram coletados dados subjetivos e objetivos através de contato direto com os paciente e avaliação de dados dos prontuários médicos de casos operados de janeiro de 2005 a junho de 2010.

Resultados

Dos 71 casos, a maioria foi do sexo feminino (68% / n=48) sendo 32% (n=23) do sexo masculino. A média de idade foi 44,7 anos.

Em 16% dos casos (n=11) a cirurgia foi bilateral, ficando o lado direito com 45% (n=32) e o esquerdo 39% (n=28). Na maioria dos procedimentos (77%/ n=55) ele foi isolado, sendo que a septoplastia foi a cirurgia mais comum associada em 22 casos (77%). Vinte e um porcento já tinham sido operados anteriormente.

Metade dos pacientes não sofreu complicação ou queixa pós-operatória (n=39). Dentre os que tiveram, a maioria queixou-se de epífora persistente (20%/ n=16) acompanhado de dacriocistite com igual valor absoluto e porcentagem.

Discussão

A DCR tem se mostrado uma técnica segura e de baixa morbidade, com eficácia variando na literatura entre 80 a 90%. A cirurgia externa apresenta resultados semelhantes, em torno de 90%. A utilização de sondagem com silicone é controversa. Em nossa casuística foi utilizada em 47 pacientes.

Entre as vantagens da DCR via endoscópica encontramos: ausência de cicatrizes externas, manutenção do mecanismo de bomba lacrimal, menor sangramento, maior facilidade nas revisionais, possibilidade de correção em um mesmo tempo cirúrgico de outras patologias. Observamos apenas um caso de complicação grave (hematoma orbitário) o qual foi corrigido no mesmo tempo cirúrgico.

Conclusão

A abordagem endoscópica endonasal para realização de DCR é uma técnica segura com resultados satisfatórios, baixa taxa de complicações e recidivas e pode ser considerada como tratamento de escolha para obstruções baixas do conduto nasolacrimal. As vantagens obtidas em relação à abordagem externa superam a dificuldade técnica eventualmente encontrada.

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