Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-196

TÍTULO: DACRIOCISTORRINOSTOMIA ENDOSCÓPICA ENDONASAL REALIZADA POR MEIO DE UNCIFECTOMIA E RETALHO POSTERIOR DE SACO LACRIMAL: RESULTADOS DE 14 CASOS

AUTOR(ES): BENIVALDO RAMOS FERREIRA TERCEIRO , ALEX TEIXEIRA BARBOSA, FLAVIA GOMES, FERNANDO ANDREIUOLO, FERNANDO SÉRGIO DE MELLO PORTINHO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GRAFFRÉE E GUINLE – UNIRIO – RJ

INTRODUÇÃO: A obstrução do ducto nasolacrimal é uma alteração comum manifestada clinicamente pela presença de epífora e/ou dacriocistite. Apresenta etiologia variada. Apesar do tratamento medicamentoso poder resolver os sintomas, a abordagem definitiva consiste em procedimento cirúrgico para restaurar a patência do sistema de drenagem lacrimal.

OBJETIVO: Analisar a técnica cirúrgica e avaliar o sucesso da Dacriocistorrinostomia Endoscópica Endonasal (DCR.E) para desobstrução das vias lacrimais de 14 pacientes operados num Hospital Universitário.

METODOLOGIA: Estudo retrospectivo dos prontuários de 14  pacientes (14 olhos), entre Maio/06 a Março/10, submetidos a DCR.E na qual foram avaliados com relação a idade, sexo, tempo de evolução, quadro clínico na apresentação, etiologia, técnica cirúrgica, uso de sonda de silicone, complicações e sucesso cirúrgico. O sucesso operatório foi avaliado pela ausência de sintomas e verificação do fluxo lacrimal após 7 meses de acompanhamento. As cirurgias foram realizadas por residentes do terceiro ano supervisionados por preceptores do serviço de ORL.

RESULTADOS: Três homens e onze mulheres, com idade de 5 a 71 anos (média 44,57) submetidos a uncifectomia, confecção de retalho de saco lacrimal com pedículo posterior e broqueamento de osso lacrimal apresentaram seguimento médio de 7 meses. A causa principal da obstrução foi idiopática (58,10%) sendo a dacriocistite a queixa predominante. O  lado mais afetado foi o direito (n=9). Em 7 pacientes fizemos a abordagem do corneto médio, em 8 pacientes realizamos septoplastia e apenas em 1 caso utilizamos sonda de silicone por um período de 3 semanas. Em todos os pacientes realizamos a técnica endoscópica endonasal obtendo sucesso em 100% dos casos. Entretanto, os 2 últimos casos aguardam o término do acompanhamento mínimo de 7 meses. A principal complicação foi epistaxe pós-operatória em 1 paciente resolvida com tamponamento anterior.     

CONCLUSÃO: Todos os casos foram bem sucedidos. A Dacriocistorrinostomia Endoscópica Endonasal mostrou-se segura, com um mínimo de complicações no pós-operatório podendo ser considerada como técnica de escolha para tratamento de obstrução baixa das vias lacrimais e ideal para o treinamento e ensino de residentes de Otorrinolaringologia.

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