Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-188

TÍTULO: CORREÇÃO CIRÚRGICA ENDOSCÓPICA DA FÍSTULA LIQUÓRICA RINOGÊNICA

AUTOR(ES): ÉRICO VINÍCIUS CAMPOS MOREIRA DA SILVA , RENATA MIZUSAKI IYOMASA, JOSÉ VICENTE TAGLIARINI

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP

INTRODUÇÃO: A fistula rinoliquórica (FL) ocorre quando há uma quebra da barreira que separa a cavidade nasal do espaço subaracnóideo: base do crânio, dura-máter e membrana aracnóide. As principais causas são: traumática, iatrogênica, congênita, neoplásica ou idiopática. O principal sintoma é a liquorréia. A baixa morbidade, menor invasão do procedimento, menor tempo de internação e alta taxa de sucessos (90% na primeira tentativa e 95-98% na segunda tentativa) tem feito da cirurgia endoscopica nasal a técnica preferida para tratamento da fístula liquórica de base de crânio anterior. Objetivo  Avaliar a casuística operada em nosso serviço de 2001 a 2010.

Material e Método: Estudo restrospectivo.

RESULTADOS: Em nossa série de casos, operamos 12 pacientes, entre 19 e 54 anos de idade (média de 39 anos), sendo 8 mulheres e 4 homens, que apresentaram fístula liquórica e foram submetidos a cirurgia endoscópica nasal para correção. Dentre as etiologias, 7 apresentaram fístula liquórica pós-trauma, 3 apresentaram FL espontânea, e 1 por iatrogenia. Todos os pacientes apresentavam rinoliquorréia. Cinco pacientes tinham histórico de meningite e 1 apresentou pneumoencéfalo. Os locais mais comumente encontrados foram: placa crivosa, etmóide e frontal. Durante o procedimento cirúrgico, todos foram submetidos à punção subocciptal e injeção intra-tecal de fluorosceína. Após a localização da fistula, os materiais utilizados para correção foram mucosa de corneto, gordura abdominal, cola de fibrina e surgicel. Um caso de etiologia traumática em seio frontal apresentou recorrência, sendo tratado com sucesso por via externa e com uso de fáscia lata. Durante o seguimento, nenhum paciente apresentou complicações pós-operatorias maiores.

DISCUSSÃO: O tratamento adequado do paciente exige o diagnóstico etiológico correto assim como a localização exata do pertuito, minimizando as chances de insucesso. Em nossa casuística a utilização da cisternotomografia com injeção intratecal de contraste associada à fluorosceína intra-operatória, mostraram-se efetivas na localização do defeito e determinantes nas taxas de sucesso. Na maior parte dos casos, para defeitos menores, enxertos de mucosa e cola de fibrina mostram-se efetivos e com mínimas complicações. Reservamos o uso de fáscia lata para o único paciente com um defeito do seio frontal maior que 1 cm, operado por via aberta.

CONCLUSÃO: Em nossa serie de casos, utilizamos a técnica endonasal endoscópica para o reparo da fistula com sucesso, obtendo bons resultados e ressaltando a importância da localização da fistula através da infusão de fluoresceína intra-tecal .

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