Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-181

TÍTULO: CORPO ESTRANHO EM NASOFARINGE: UM ACHADO CIRÚRGICO.

AUTOR(ES): MÁRJORIE SOUZA BANHOS CAREPA , GISELE VIEIRA HENNEMANN KOURY, LARISSA MAGALHÃES NAVARRO, RENATO VALENTIM BRASIL, ITAIANA PEREIRA CORDEIRO DA SILVA, ÉRIKA LUIZ BADARANE, FRANCISCO XAVIER PALHETA NETO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA/ UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INTRODUÇÃO: As vias aéreo-digestivas são localizações freqüentes de corpos estranhos, sobretudo na faixa etária pediátrica. Os sítios mais freqüentes são as fossas nasais, amígdalas, esfíncter esofágico superior e árvore traqueobrônquica. No entanto, a presença de corpos estranhos em topografia de nasofaringe é uma entidade rara, havendo poucas citações na literatura. Embora incomum, um corpo estranho supostamente deglutido ou aspirado, pode ser projetado, impactar e fixar-se na nasofaringe, mantendo-se clinicamente silencioso. Nos casos sintomáticos, o paciente apresenta obstrução nasal, rinorréia purulenta unilateral ou bilateral, tosse persistente, epistaxe e rinossinusite crônica. Quando inalados, podem se alojar em brônquios, causando pneumonias, atelectasias e bronquiectasias, principal complicação nos diagnósticos tardios. Ao exame físico, um objeto com dimensões suficientes pode abaular o palato mole e ter sua presença sugerida à orofaringoscopia. A radiografia de tórax e de cavum são importantes na avaliação radiológica de corpos estranhos radiopacos. A rinoscopia posterior transoral com espelho de García, a endoscopia nasal rígida com telescópio tipo Hopkins com angulação de 0º ou 30º ou mesmo a nasofibroscopia flexível seriam de inestimável valor no diagnóstico de alguns corpos estranhos na rinofaringe, mas não se encontram disponíveis em muitos serviços.

OBJETIVO: Relatar um caso de corpo estranho em nasofaringe, diagnosticado no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no ano de 2010.

RELATO DE CASO: Paciente V.B.S.D.,11 anos, com atraso de desenvolvimento neuro-psíquico por seqüela de hipóxia neonatal, compareceu a atendimento medico otorrinolaringológico apresentando quadro clínico de respiração oral e amigdalites de repetição. Ao exame físico: amígdalas II /III bilateral e drenagem de secreção purulenta de rinofaringe. A fibronasolaringoscopia evidenciou tecido linfóide obstruindo 80% do cavum e competência velofaríngea. Foi indicada adenoamigdalectomia e no intraoperatório, constatou-se presença de corpo estranho de consistência endurecida à palpação do cavum, Realizou-se adenoidectomia com visualização de elemento dentário. O paciente evoluiu com melhora do quadro clínico.    

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Corpo estranho em nasofaringe é ocorrência rara, mais comum em crianças, podendo ser assintomático. Na suspeita deste, deve-se realizar investigação endoscópica e radiológica, pois podem ser deglutidos ou aspirados, associando-se a elevado índice de morbidade.

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