Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-180

TÍTULO: CORPO ESTRANHO EM MASTÓIDE

AUTOR(ES): ITAIANA PEREIRA CORDEIRO DA SILVA , MAÍRA RODRIGUES DE OLIVEIRA, ÉDER AUGUSTO MAGAALHÃES NASCIMENTO, LORENA GONÇALVES RODRIGUES, JOYCE DE OLIVEIRA LIMA, WANER JOSEFA QUEIROZ DE MOURA, PAULO MARCOS FONTELLES DE LIMA ARAÚJO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INTRODUÇÃO: Casos de corpos estranhos em otorrinolaringologia são frequentemente encontrados na prática clínica, especialmente em pacientes pediátricos, podendo representar casos de urgência e emergência em algumas situações. A mastóide é um sítio incomum de se observar corpos estranhos.

OBJETIVO: Descrever um caso clínico de corpo estranho em mastóide esquerda, após agressão por arma branca.

METODOLOGIA: Realizado estudo descritivo de um caso clínico em que se detectou presença de corpo estranho em mastóide esquerda.

RESULTADOS: C.P.C.F, 20 anos de idade, gênero masculino, natural e procedente de Belém, Pará, foi vítima de ferimento por arma branca em região retroauricular esquerda, após reagir a tentativa de assalto, em 10.01.10. Na ocasião, em serviço de urgência foi realizada apenas a sutura do ferimento corto-constuso. O paciente recebeu alta após o atendimento; entretanto, evoluiu com cefaléia e dor à palpação da região afetada nos dias subseqüentes. Após realização de tomografia computadorizada de crânio (exame de escolha em casos de trauma), dez dias após o acidente (20.01.10), observou-se presença de artefato metálico em projeção de mastóide esquerda, associada a velamento de suas células, quando então procurou atendimento especializado, tendo sido atendido no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.

Em nosso serviço, o paciente referiu como queixa apenas dor em região retroauricular à palpação, que o impossibilitava o decúbito lateral esquerdo. Negava queixas auditivas, zumbido, otorréia, vertigem ou tontura. Ao exame otorrinolaringológico, não se observou alterações, apenas cicatriz e dor à palpação em região retroauricular esquerda. Exame audiométrico dentro dos padrões da normalidade. Paciente foi submetido à mastoidectomia simples, sendo identificado e removido artefato metálico de 4 cm em seu maior diâmetro (ponta da faca) em região póstero-superior do osso temporal, a cerca de 5mm do seio sigmóide. A cavidade foi lavada rigorosamente e realizado antibioticoterapia pós-operatória com Cefalotina 4g/dia. O paciente recebeu alta hospitalar em bom estado geral. Continua em seguimento clínico em nosso Serviço, sem intercorrências até o último retorno.

CONCLUSÃO: Casos de violência são crescentes em nossa sociedade.  Os traumas por armas brancas na região do osso temporal devem sempre ser criteriosamente avaliados através de tomografia computadorizada de ossos temporais, a fim de evidenciar a presença e a localização de corpos estranhos e sua relação com o seio sigmóide ou outras estruturas nobres da região, visando evitar complicações.

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