Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-177

TÍTULO: CORDOMA CERVICAL

AUTOR(ES): VANESSA RIBEIRO ORLANDO , FLÁVIO SIRIHAL WERKEMA, NICODEMOS JOSÉ ALVES DE SOUSA, FERNANDA FILGUEIRAS MACIEL, TIAGO FRAGA VIEIRA, HENRIQUE QUEIROZ CORREA GARCHET, ANTÔNIO LEONARDO PINTO COELHO

INSTITUIÇÃO: CLINICA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE

INTRODUÇÃO: Cordoma é rara neoplasia óssea, localmente agressiva e originada da notocorda. Localiza-se, em 70% dos casos, na região lombo-sacra e 25%, na extremidade cefálica. Apresenta crescimento lento, tendência a invasão local e recorrência. A dor e alterações sensoriais são os sintomas mais comuns, causados por destruição óssea e compressão neural. O diagnóstico é histopatológico e caracteriza-se pelas “physaliphoras”, células grandes, com citoplasma claro e multivacuolado.  O tratamento de escolha é cirúrgico com ressecção em bloco do tumor, uma vez que a ressecção parcial apresenta alto índice de recidiva. A neoplasia não responde a quimioterapia e, estudos têm demonstrado que a radioterapia apenas retarda a evolução.

OBJETIVO: Relatar caso clínico de cordoma cervical.

RELATO DE CASO: J. M. F., 44 anos, masculino, admitido em 23/04/2010, com dor intensa e tumefação cervical. Relata crescimento progressivo da lesão iniciado há dez anos, mais acelerado no último.  Submetido, em outra instituição, a duas ressecções parciais do tumor, primeiro em 2002 associado à radioterapia pós operatória e em 2009. Apresentou laudo  anatomopatológico de 2009 compatível com cordoma.  

Ao exame físico, nota-se tumefação cervical e supra-clavicular, localizada a direita com extensão para parede torácica e ombro ipsilaterais. Medindo, aproximadamente 20 cm de diâmetro, com consistência endurecida e aderida a planos profundos. Apresentava ainda lesão cervical a esquerda com, cerca de 7 cm de diâmetro, anterior ao esternocleidomastoideo, endurecida, mas móvel.

Ressonância Magnética (07/05/2010): lesão expansiva cérvico-torácica, invadindo musculatura paravertebral e trapézio, neuroforames C4-C5, C7-D1 e D1-D2, neste último acometendo canal vertebral. Notada ainda compressão contralateral da traquéia e invasão de artéria carótida, veia jugular e cúpula pulmonar a direita.

Devido à extensão da lesão e envolvimento de estruturas nobres, optou-se pela conduta expectante.

CONCLUSÃO: cordoma cervical é uma lesão rara. A dor é uma sintomatologia comum, originada da compressão neural e destruição óssea. Diante da suspeita cllinica,  deve-se proceder biópsia, pois o diagnóstico é histopatológico. O tratamento cirúrgico agressivo é o que representa melhores resultados. Entretanto, na localização cervical, abordagem cirúrgica representa um desafio, devido a presença de importantes e delicadas estruturas anatômicas. No referido caso, paciente apresentava lesão avançada, envolvendo estruturas nobres, o que impossibilitava ressecção completa da mesma, motivo pelo qual optou-se por conduta expectante.

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