Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-172

TÍTULO: CONCHA INFERIOR BOLHOSA BILATERAL

AUTOR(ES): ANA CAROLINA DE SOUZA MOREIRA , GUSTAVO BACHEGA PINHEIRO, CAMILA DE OLIVEIRA MACHADO, DANIELE LENZI PIMENTEL

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS E HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

INTRODUÇÃO: A obstrução nasal crônica é uma queixa freqüente nos consultórios de otorrinolaringologia. Dentre suas causas, podemos citar o desvio septal (mais freqüente) e a hipertrofia de corneto inferior.

O aumento de tamanho do corneto inferior está intimamente relacionado com a alteração do fluxo nasal de ar. A porção anterior do corneto inferior está próxima à valva nasal, que é a área mais estreita para a passagem de ar. Importante ressaltar que a hipertrofia do corneto inferior reduz ainda mais a área para a entrada de ar.

RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino com 24 anos de idade procurou o otorrinolaringologista com queixas de obstrução nasal bilateral e dores faciais intermitentes. No exame físico foi observada uma hipertrofia de cornetos inferiores e palidez da mucosa nasal. Na videoendoscopianasal foi detectada hipertrofia de cornetos inferiores, sem desvio septal obstrutivo.

Realizado tratamento clínico com anti-histamínico oral e corticóides intra nasais sem melhora do quadro.

Foi solicitada tomografia de seios da face para continuação da investigação que evidenciou cornetos inferiores bolhosos bilateralmente.

DISCUSSÃO: O termo pneumatização de conchas nasais ou concha bolhosa se refere à presença de ar dentro do corneto nasal. Tal achado foi descrito inicialmente por Zinreich em 1988.1,2,6.

Qualquer concha nasal pode ser bolhosa, mas a que mais apresenta esta alteração anatômica é a concha média seguida da concha superior. Já a pneumatização da concha inferior é uma rara alteração anatômica. Segundo Yang, em 2008 haviam sido relatados 44 casos de cornetos inferiores bolhosos, sendo apenas 10 casos (23%) bilaterais.

O local mais freqüente de pneumatização do corneto inferior é sua porção média. A forma mais comum de apresentação é a que ocorre comunicação com o seio maxilar.

O corneto inferior apresenta, durante sua formação embriológica, 2 centros de ossificação separados que aparecem entre o 5º e 7º meses de gestação. Algumas teorias foram aventadas para explicar a formação dessa alteração. A primeira sugere que durante o processo de ossificação ocorreria migração anômala do epitélio, que invaginaria entre as lamelas ósseas, formando uma cavidade com potencial para pneumatizar. Outra teoria seria a de uma pneumatização alterada do seio maxilar durante a embriogênese que se estenderia pelo corneto inferior.

CONCLUSÃO: A concha inferior bolhosa é uma rara alteração anatômica observada nos exames de tomografia computadorizada de seios da face.

Como sua descrição teve início após o uso sistemático de exames de imagem, são poucos os relatos e teorias para a sua formação.

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