Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-170

TÍTULO: COMPORTAMENTO VOCAL E LARÍNGEO NA DISFONIA ESPASMÓDICA ADUTORA: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): LUIZ ALBERTO ALVES MOTA , CATARINA MATOS BRITO SANTOS, JAMILE MEIRA DE VASCONCELOS, BRUNO CALIFE MOTA, HENRIQUE DE SÁ CARNEIRO MOTA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

introduçao: A disfonia espasmódica adutora é uma desordem neurológica do processamento motor central, caracterizada por contrações involuntárias e inapropriadas da musculatura fonatória, produzindo uma voz tensa, forçada e estrangulada acompanhada de tremor. O diagnóstico é principalmente clínico e, mesmo para laringologistas experientes, pode ser difícil. A terapia fonoaudiológica é uma das opções de tratamento, que tem como objetivo a redução do esforço a fonação e a estabilidade fonatória. Visando tal finalidade, pode-se aplicar a Técnica da Emissão em Tempo Maximo de Fonação (TETMF), que propicia a melhora da coaptação glótica e o aumento da resistência à passagem do ar expiratório, auxiliando a melhora da estabilidade fonatória. OBJETIVO: Relatar o comportamento vocal e laríngeo na disfonia espasmódica de adução. METODOLOGIA: Participou desse estudo uma paciente com disfonia espasmódica de adução, do gênero feminino, com 66 anos, aposentada, cantora e regente erudita. É um estudo de caso do tipo descritivo, transversal e observacional. A mesma foi submetida à avaliação otorrinolaringológica através da videolaringoscopia, sendo em seguida encaminhada à fonoterapia, onde foram realizadas avaliações perceptivo-auditivas e acústicas pré e pós tratamento. A terapia teve como abordagem terapêutica a TETMF, que consistia na emissão da vogal /a/ de forma sustentada no tempo máximo de fonação, com variações de freqüência, em intensidade elevada. As sessões ocorreram de forma semanal, com duração de 40 minutos, por um período de 4 meses, totalizando 16 sessões. RESULTADOS: Na videolaringoscopia, constatou-se hiperemia e edema moderados em região glótica, nas aritenóides e em comissura posterior, fenda glótica ântero-posterior, tremor laríngeo mais evidente nas pregas vocais e tensão aumentada das pregas vocais. Na avaliação fonoaudiológica pré tratamento verificou-se qualidade vocal rouca, áspera, entrecortada e tensa-estrangulada, classificação da disfonia em G3I3R1B0A0S3 pela escala GIRBAS, loudness adequada, pitch grave, ressonância laringo-faríngea, ataque vocal brusco, traçado espectrográfico instável, com elevada ocorrência de quebras de sonoridade, intensidade vocal média (IVM) de 61,20dB, desvio padrão da intensidade vocal (DPIV) de 2,92dB, coeficiente de variação do desvio padrão da intensidade vocal (CVDPIV) de 4,77%, freqüência fundamental média (Fom) de 166,98Hz, desvio padrão da freqüência fundamental (DPFo) de 35,08%, coeficiente de variação do desvio padrão da freqüência fundamental (CVDPFo) de 21%, jitter de 6,17%, shimmer de 27,98%, tempo máximo de fonação (TMF) da vogal /e/ com 12,15 segundos e relação s/z de 1,29. Após a fonoterapia, obteve-se G2I2R1B0A0S2, pitch adequado, traçado espectrográfico mais estável, com menores ocorrências de quebras de sonoridade, IVM de 69,72dB, DPIV de 3,30dB, CVDPIV de 4,73%, Fom de 220,29Hz, DPFo de 15,60Hz, CVDPFo de 7,08%, jitter de 0,99%, shimmer de 12,11%, TMF da vogal /e/ com 15,79 segundos e relação s/z de 0,97. No exame videolaringológico pós tratamento, constatou-se hiperemia e edema discretos em região glótica, aritenóides e comissura posterior, fechamento glótico completo, além de tremor discreto da laringe. CONCLUSÃO: A terapia vocal sendo realizada através da TETMF utilizando-se a vogal /a/ em variações de freqüência e em forte intensidade mostrou-se eficaz neste caso, com melhora de todos os parâmetros vocais, acústicos e laríngeos.

Descritores: Voz, Disfonia, Fonoterapia 

Fechar