Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-168

TÍTULO: COMPLICAÇÕES PÓS UVULOPALATOFARINGOPLASTIA COM A TÉCNICA DE FAIRBANKS MODIFICADA

AUTOR(ES): HENRIQUE HIROSHI MIYAZAWA , RAQUEL TEIXEIRA AVERSANI BARBOSA, MARCO ANTÔNIO THOMAS CALIMAN, GUSTAVO NOGUEIRA MENDES DE ALMEIDA, DENILSON STORCK FOMIN

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

INTRODUÇÃO

Os Distúrbios Respiratórios do Sono têm alta prevalência na população mundial, tornando-se um problema de saúde pública, com repercussões clínicas, econômicas e sociais. A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), o ronco e a sonolência diurna constituem os principais sinais e sintomas que afetam esta população. A prevalência da SAOS é de 13% em homens e 4% em mulheres acima de 65 anos, enquanto que o ronco primário atinge 33% de homens e 19 % de mulheres. O tratamento as SAOS e do ronco pode ser clínico e/ou cirúrgico e está associado ao sítio de obstrução da via área superior. A região de orofaringe que inclui palato mole e úvula ainda é considerada como a obstrução mais comum, levando ao paciente ter ronco e apnéia. Várias técnica de uvulopalatofaringoplastia foram descritas deste que Ikematsu , em 1966,  inciou a uvulectomia como opção de  tratamento cirúrgico.  A Uvulopalatofaringoplastia descrita por  Fairbanks é uma das técnicas mais difundida, onde ocorre a ressecção das amígdalas e palato mole em bloco. A técnica que ultilizamos ,denominamos de Fairbanks modificada, que facilita o intra e pós operatório.  O objetivo deste trabalho foi avaliar as complicações do intra e pós operatório  da técnica de Fairbanks modificada. MATERIAL E MÉTODO: Foram selecionados 14 pacientes do Ambulatório de Ronco e Apnéia de um Hospital-Escola do Curso de Graduação e Residência Médica em Otorrinolaringologia . Os critérios de inclusão para este estudo foram: SAOS leve a moderada diagnosticada através do exame polissonográfico, Mallampati de I a II, classificação do grau amigdaliano de II a IV, IMC <  35, circunferência cervical < 35 cm , classificação de Fujita I e Freedman I e II. Todos os pacientes foram submetidos ao exame de nasofibroscopia flexível com manobra de Muller. Todos foram submetidos a uvulopalatofaringoplastia com a técnica de Fairbanks Modificada, que consiste inicialmente na retirada das amígdalas, incisões laterais do palato mole de 1 ,5 cm bilateralmente e redução parcial da úvula. Estes pacientes foram avaliados no intra-operatório quanto a facilidade de visualização e de realização da técnica, além de  protocolos pós  cirúrgicos de 7 e 30 dias do procedimento. Quanto ao 7º dia, foram avaliadas as possíveis complicações imediatas, como incompetência velofaríngea, deiscência de suturas, infecções, odinofagia e hemorragias. No 30º dia, foram avaliadas as complicações tardias, como boca seca, sensação de corpo estranho, secreções ou alimentos na rinofaringe, inabilidade de gargarejar, alterações do paladar, parestesia na língua, alterações na fala e/ou na voz, insuficiência velofaríngea e estenose nasofaríngea. RESULTADOS: Todos os pacientes que foram submetidos a esta técnica  não apresentaram nenhum fator de complicação intra-operatória e cursaram com sangramento mínimo, que facilitou a visualização e desenvolvimento da técnica adotada.Nos 14 pacientes submetidos ao procedimento, não ocorreram complicações imediatas. Quanto às alterações tardias, apenas 2 (14,3%) pacientes referiram mudança na voz, apresentado melhora espontânea após 2 meses do procedimento.

CONCLUSÃO: Conclui-se que a Uvulopalatofaringoplastia com a técnica de Fairbanks modificada para o tratamento de SAOS leve e moderada trata-se de uma técnica eficiente  intra-operatoriamente e com baixo índice de complicações imediatas e tardias.

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