Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-167

TÍTULO: COMPLICAÇÕES INTRACRANIANAS DA OTITE MEDIA CRÔNICA.

AUTOR(ES): PRISCILA LEMOS LEITE NOVAES , ROBERTA BAK, MARIANA MICHELIN LETTI, FELIPPE FELIX, SHIRO TOMITA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO - UFRJ

INTRODUÇÃO: As complicacões intracranianas da otite media são bastante temidas em nosso meio. No entanto, ainda é necessário que haja consenso quanto ao tratamento a ser utilizado, quando deve-se abordar tais pacientes cirurgicamente, e qual seu prognóstico. Por serem possivelmente fatais, é de suma importância que se saiba identificar estas complicações e tratar adequadamente tais pacientes.

OBJETIVO: Avaliar aspectos clínicos, tratamento e prognóstico das complicacões intracranianas da otite media crônica (OMC).

METODOLOGIA: Um estudo retrospectivo, com avaliação dos registros médicos de seis pacientes, que foram acompanhados em um hospital univesitário, entre 2006 e 2009. Foram analizados: Idade, gênero, tipo de complicação, qual o tratamento instituído, tempo de internação e seu prognóstico. Material de orelha media foi enviado para cultura e para avaliação histopatológica, bem como, todos os pacientes foram submetidos a exames de imagem e cirurgia com confirmação dos achados radiológicos.

RESULTADOS: Dos seis pacientes, quatro eram homens e duas, mulheres. Quatro pacientes tinham trombose séptica do seio sigmóide, dois apresentavam múltiplos abscessos intracranianos, e um, hidrocefalia. Todos eles foram submetidos a mastoidectomia associada a antibioticoterapia intravenosa, de largo espectro, por, no mínimo, seis semanas. Um caso foi tratado para tuberculose. Todos os abscessos intracranianos foram drenados imediatamente. No que diz respeito à etiologia, em um paciente, foi isolado Mycobacterium tuberculosis, em dois casos foi isolada Pseudomonas aeruginosa, uma cultura foi positiva para Proteus mirabilis, e em dois pacientes ela foi negativa. O material de orelha media enviado para exame histopatológico mostrou colesteatoma em quatro casos. Todos os pacientes tiveram boa resposta clínica.

CONCLUSÃO: Pudemos concluir que, a maioria dos pacientes tiveram trombose séptica de seio sigmóide. Todos foram submetidos à mastoidectomia realizada imediatamente, com drenagem de abscesso intracranianos no mesmo tempo cirúrgico. Em todos os casos foi instituída internação hospitalar e antibioticoterapia intravenosa de largo espectro por longo período. Na maioria dos casos, foi isolada P. aeruginosa e o colesteatoma estava presente. Apesar de poder ser fatal, estes pacientes tiveram boa resposta ao tratamento utilizado.

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