Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-157

TÍTULO: COLESTEATOMA DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO – RELATO DE CASO

AUTOR(ES): JOSÉ FELIPE BIGOLIN FILHO , AGENOR ALVES DE SOUZA JÚNIOR, CAMILA ANDRADE DA ROCHA, LUIZ AUGUSTO MIRANDA SANGLARD, LUDIMILA DE OLIVEIRA CARDOSO, AMADEU LUÍS ALCÂNTARA RIBEIRO, MIGUEL EDUARDO MACEDO GUIMARÃES

INSTITUIÇÃO: HU UFJF

INTRODUÇÃO: O colesteatoma primário do conduto auditivo externo é uma doença rara, caracterizada por osteonecrose com formação de seqüestro e descamação de epitélio escamoso queratinizado e osso do conduto auditivo externo. A etiologia e fisiopatologia são desconhecidos mas estudos iniciais tem demonstrado uma migração anormal do epitélio na orelha externa. RELATO DE CASO: M.H.E.N, 12 anos, masculino, procurou assistência médica com queixa principal de otalgia e otorreia há 1 mês. . À otoscopia apresentava massa esbranquiçada, aderida em conduto auditivo externo à direita, sem alterações à esquerda. Tomografia computadorizada das mastóides multi-slice ( 64 canais ) sem injeção de contraste endovenoso  evidenciando no ouvido direito tecido com densidade de partes moles ocupando parcialmente a orelha externa à direita, junto a membrana timpânica adjacente, sem evidências de erosões ósseas associadas ou extensão à cavidade timpânica e ouvido esquerdo dentro dos parâmetros da normalidade. Foi submetido à desbridamento da lesão do conduto auditivo externo direito ambulatorialmente sob anestesia local e microscopia e enviado material para anatomia patológica com resultado compatível com colesteatoma de conduto auditivo externo devido à presença de escamas de queratina irregularmente arranjadas e pouco condensadas. Foram realizados curativos com ciprofloxacin tópico no conduto auditivo semanalmente durante 5 semanas. O paciente retornou ao serviço após 6 meses para revisão,  ao exame clinico não observou-se sinais de recidiva da patologia, apenas uma erosão óssea com epitelização completa no conduto auditivo externo.DISCUSSÃO:Colesteatoma do canal auditivo externo é uma doença rara, com uma incidência estimada em 1:1000 de todos os pacientes na pratica de otologia. Desde 1980, houve uma clara definição que possibilitou uma distinção entre as patologias relacionadas do canal auditivo, especialmente  por Keratosis obliterante (definida como obstrução bilateral por rolha de epitélio descamado, ocupando toda a circunferência  do mesmo causando distensão, irritação, dor e hipoacusia). O quadro cliníco dos pacientes com CCAE se caracteriza por uma dor crônica intensa com otorréia, que comumente é purulenta, a dor é causada pela invasão do tecido escamoso no canal ósseo subjacente ocorrendo uma periostite. Os pacientes geralmente não se queixam de perda auditiva.CONCLUSÃO: O otorrinolaringologista deve estar sempre atento para a possibilidade de CCAE nos processos de otorréia crônica. Apesar de raro, colesteatoma  de conduto auditivo externo deve ser suspeitado em casos de otorréia crônica refrataria a tratamento clínico, devendo o paciente ser submetido a exames de imagem e exame anátomo-patológico para elucidação diagnóstica e tratamento apropriado o mais precocemente possível no intuito de diminuir as sequelas auditivas.

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