Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-155

TÍTULO: CLOROMA EM SEIOS PARANASAIS - RELATO DE CASO

AUTOR(ES): RACHEL CATÃO DE LUCENA , FLÁVIA GONÇALVES DE OLIVEIRA MAESTRALI, TARCÍSIO AGUIAR LINHARES FILHO, OTÁVIO BÓRIO DODE, RENATO TADAO ISHIE, BERNARDO CAMPOS FARIA, RENATA LOPES MORI

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SANTA MARCELINA

INTRODUÇÃO: O cloroma, também chamado Sarcoma Granulocítico ou Sarcoma Mielóide, é um tumor extramedular raro proveniente da proliferação células precursoras mielóides. Ocorre, em geral, em concomitância com leucemia mielóide aguda ou outras desordens mieloproliferativas, mas também pode precedê-las. Incide em 2,5 a 9,1% dos pacientes com leucemia mielóide aguda. Apresenta-se mais frequentemente em crianças e adultos jovens, sem preferência de sexo. Os órgãos comumente acometidos são os ossos e o periósteo, provavelmente devido à proximidade anatômica com a medula óssea. O envolvimento da região de cabeça e pescoço é incomum e os locais mais acometidos palato mole, rinofaringe, órbita, glândulas salivares e face. O comprometimento da cavidade nasal e do maxilar é raro e está associado à destruição óssea. Os fatores de risco para o desenvolvimento do cloroma são má nutrição, baixa imunidade celular e leucocitose. As manifestações clínicas consistem em dor e efeito de massa local. Macroscopicamente, o cloroma é caracterizado por uma massa acinzentada, devido à presença da enzima mieloperoxidase nas células granulocíticas imaturas.

OBJETIVO: Relatar caso de cloroma em seios paranasais em paciente portadora de leucemia mielóide aguda.

METODOLOGIA: Revisão de prontuário.

RELATO DO CASO: Mulher de 21 anos, com diagnóstico de Leucemia Mielóide Aguda, submetida a transplante autólogo de medula óssea e quimioterapia. Foi encaminhada ao serviço de otorrinolaringologia, em janeiro de 2010, para avaliação de cefaléia frontal, dor em região malar esquerda, obstrução nasal, diplopia, ptose palpebral e paresia de terceiro par craniano à esquerda há 1 mês. Foi realizada nasofibroscopia, sendo identificada e biopsiada massa de aspecto irregular, ocupando fossa nasal esquerda, cujo imprint demonstrou infiltração leucêmica. A Tomografia Computadorizada de seios paranasais evidenciou lesão expansiva, infiltrativa, com comportamento osteolítico, com atenuação de partes moles e realce heterogêneo ao meio de contraste, envolvendo região selar, clivus, seio esfenoidal, etmoidal, cavidade nasal, canal orbitário esquerdo e parcialmente a nasofaringe. Atualmente mantém-se com paresia do terceiro par craniano e em tratamento radioterápico e quimioterápico visando o controle da doença.

CONCLUSÃO: O otorrinolaringologista tem um papel importante no diagnóstico e na condução do cloroma de cabeça e pescoço, principalmente de cavidade nasal. No paciente com leucemia, qualquer massa nasal deve ser suspeitada e biopsiada. Além disso, o paciente sem história de doença mieloproliferativa, com massa nasal histologicamente compatível com cloroma, deve ser acompanhado, já que este pode preceder o início da leucemia clínica. O cloroma é um tumor raro e está associado a um pior prognóstico. Um alto grau de suspeição e uma investigação sistemática são fundamentais para o início precoce da terapia específica.

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